O partido União Brasil decidiu nesta quinta (31) retirar a candidatura do deputado Elmar Nascimento (União-BA) à presidência da Câmara em fevereiro do ano que vem para possivelmente apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB). Com isso, o parlamentar paraibano fecha uma aliança com pelo menos seis partidos, entre eles os rivais PT e PL -- além do próprio Republicanos e, ainda, MDB, PP e Podemos.
A decisão foi confirmada pelo deputado federal Paudernei Avelino (União-AM) após reunião da executiva nacional do partido, em que afirmou que os rumos da negociação com Motta seriam realizados pelo presidente da sigla, Antônio Rueda, o vice ACM Neto e o líder Elmar.
“A partir desse momento, os três têm a delegação de toda a bancada executiva do partido para conduzir as negociações com o candidato Hugo Motta”, disse a jornalistas. Por outro lado, a assessoria do União Brasil na Câmara não confirmou a informação. A Gazeta do Povo procurou a executiva do partido e aguarda retorno.
As primeiras informações da decisão apontam que o União Brasil decidiu criar uma “delegação” para negociar o apoio em troca de cargos na mesa diretora da Câmara na próxima legislatura. O recuo começou a ser articulado ainda na quarta (30), um dia depois de Motta receber o aval do próprio atual presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), que conseguiu amarrar outros partidos da direita à esquerda.
O objetivo da retirada da candidatura é não deixar o União Brasil de fora dos principais cargos da Câmara em caso de vitória de Motta.
Na última terça (29), Elmar Nascimento havia reafirmado a intenção de disputar a presidência da Câmara e criticou a decisão de Lira em apoiar Motta, chamando-o de “desleal”.
“O apoio do presidente Arthur Lira ao colega Hugo Motta é legítimo. No entanto, a condução da Câmara dos Deputados não deve buscar uma unanimidade artificial, reduzida a uma única vontade”, disse nas redes sociais.
Ele ainda contava com a possibilidade do PT não embarcar na candidatura de Motta, o que acabou mudando ainda na quarta (30). Isso porque o deputado foi um dos algozes de Dilma Rousseff (PT) no impeachment de 2016, e isso poderia gerar alguma resistência entre os petistas.
Elmar Nascimento ainda citou a proximidade de Motta com o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que encaminhou o impeachment da petista no Legislativo, e argumentou que o União Brasil votou junto do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em temas importantes, principalmente na área econômica.
"Minha candidatura se firma na renovação e no fortalecimento da democracia, valorizando a diversidade de pensamentos. Não buscamos consensos artificiais, mas espaços para a saudável disputa de ideias”, completou.
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