Ministério das Mulheres é alvo de denúncias de assédio moral e racismo

Cida Gonçalves, ministra da pasta, afirmou que continuará trabalhando normalmente
Por: Brado Jornal 22.out.2024 às 09h06
Ministério das Mulheres é alvo de denúncias de assédio moral e racismo
Wilson Dias/Agência Brasil

Funcionárias e ex-funcionárias do Ministério das Mulheres, comandado por Cida Gonçalves, relataram situações de assédio moral e racismo no órgão. As acusações citam a chefe do ministério e a secretária-executiva, Maria Helena Guarezi. As informações são do site Alma Preta.

As 17 pessoas ouvidas sob condição de anonimato relataram que a ministra teria demitido uma das secretárias do ministério por priorizar a campanha eleitoral em vez de suas atribuições no órgão. Há também acusações de racismo praticado por Guarezi e de omissão de Cida, que nada teria feito ao ser informada dos acontecimentos.

Cida Gonçalves afirma que continuará trabalhando normalmente e que um eventual afastamento cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Disse que o ministério prepara também uma nota para se posicionar sobre as acusações.

Dados da Pesquisa Pública do SEI (Sistema Eletrônico de Informações) mostram que não há nenhuma ação registrada contra Cida e Guarezi. O sistema contém todos os processos administrativos de órgãos públicos, incluindo investigações de condutas irregulares de funcionários. Os casos de assédio podem estar sob sigilo.

A ministra é próxima da primeira-dama Janja Lula da Silva. Em julho, viajaram juntas a Foz do Iguaçu (PR), onde Janja discursou. Na oportunidade, ela chamou Cida e a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, de “amigas de governo” e afirmou que as 3 estão “na trincheira” pela defesa das mulheres nos espaços de poder.


ASSÉDIO MORAL E RACISMO

Os relatos de assédio moral contra a ministra envolvem a secretária de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política, Carmen Foro, exonerada em 8 de agosto. Depois da demissão, a ministra teria usado uma reunião para “ameaçar” o emprego de funcionárias que faziam parte da equipe de Foro. Em uma gravação obtida pelo Alma Preta, é possível ouvir a ministra dizendo “quem é dela e que veio com ela, tinha que ir”.

A ministra também foi acusada de contribuir para um ambiente de trabalho marcado por assédio moral e perseguição. O site registrou laudos de problemas como síndrome de burnout, crises de pânico e de ansiedade por causa do ambiente de trabalho. Ao todo, foram 59 demissões registradas no DOU (Diário Oficial da União) desde o início da gestão de Cida Gonçalves.

Já a secretária-executiva, Maria Helena Guarezi, foi acusada de racismo por supostamente ter pedido a Carmen Foro, que tem cabelo crespo, para se sentar durante uma reunião. Segundo relatos, o cabelo de Foro estaria “atrapalhando a visão do espaço”.

As funcionárias e ex-funcionárias alegam que a ministra das Mulheres sabia do caso, mas não agiu. Outras relataram ser comum ouvir comentários como “de novo isso de racismo?” e “já vem essa de mulher negra”.



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Eduardo Bolsonaro assumirá cargo na direção do PL
O deputado federal será nomeado como Secretário de Relações Internacionais e de Relações Institucionais do Partido Liberal (PL)
Dino suspende processos de combate ao fogo na Amazônia e no Pantanal
A decisão do ministro atende a pedido da Advocacia-Geral da União
TRE-BA mantém inelegível candidato mais votado em Ruy Barbosa
Decisão unânime manteve sentença de primeiro grau. Entenda por que Bonifácio (MDB) teve candidatura indeferida
"Não faz o menor sentido proibir ministros do STF no TSE", diz Gilmar
Ministro do STF criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que proíbe que membros da Suprema Corte façam parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Texto é de autoria do senador Márcio Bittar (União Brasil-AC)
STF mantém Bolsonaro sem acesso a investigados por suposto golpe
Decisão incluí alvos de investigação sobre possível plano de golpe de Estado em 2022; entre eles, Costa Neto e Braga Netto
'Ele foi sentar num banco, veio para trás e bateu com a nuca', diz médico de Lula sobre acidente
Ele foi diagnosticado com traumatismo craniano e apresentou um sangramento cerebral.
Carregando..