Ex-cunhado de membro do PCC é chefe de gabinete da gestão Ricardo Nunes

O prefeito foi confrontado por Boulos rebateu dizendo que Olivatto ingressou como servidor público em 1988 e disse que o candidato do PSol tenta “enganar as pessoas”.
Por: Brado Jornal 04.out.2024 às 10h44
Ex-cunhado de membro do PCC é chefe de gabinete da gestão Ricardo Nunes

Durante o debate da TV Globo, nesta quinta-feira (3), o candidato do Psol à Prefeitura da capital, Guilherme Boulos, citou um funcionário da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Siurb) que é ex-cunhado do líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC) para atacar o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB).

Boulos citou uma reportagem publicada pelo UOL nesta quinta sobre o chefe de gabinete da Siurb, Eduardo Olivatto, irmão de Ana Maria Olivatto, ex-companheira de Marco Willians Herba Camacho, o Marcola. Segundo a publicação, ele tem relação com um empresário que recebeu contratos milionários da pasta, celebrados sem licitação.

“O chefe de gabinete da Secretaria de Obras do Ricardo Nunes é cunhado do Marcola do PCC, o maior líder de facção criminosa que nós temos atuando aqui em São Paulo e no Brasil. Ele é responsável pelo dinheiro das obras emergenciais sem licitação. R$ 5 bilhões que passaram pela mão do cunhado do Marcola. Ricardo Nunes, explique sem mentir e sem falar de outros temas: por que você entregou dinheiro da prefeitura para o cunhado de Marcola?”, questionou Boulos.

Nunes rebateu dizendo que Olivatto ingressou como servidor público em 1988 e disse que o candidato do PSol tenta “enganar as pessoas”.

“O rapaz que você está falando da matéria é funcionário de carreira da prefeitura. Entrou no concurso em 1988. Era gestão da Erundina. A irmã era casada com o cara da criminalidade e morreu há 20 anos. Você vem com essa conversinha… Você acha que quem está assistindo vai cair nessa conversinha do Boulos? Para de querer enganar as pessoas, Guilherme”, afirmou Nunes.

Os candidatos também trocaram farpas sobre a acusação de rachadinha contra o deputado André Janones (Avante) na Câmara dos Deputados. Boulos era o relator da representação movida pelo PL contra Janones e defendeu o arquivamento.

“Quem tem apoio a qualquer tipo de corrupção é você, quando foi lá o relator do caso do [André] Janones, da rachadinha. Você pôs sua digital lá. Eu não tenho nenhuma investigação contra mim. Não tenho nenhum indiciamento contra mim. E não tenho nenhuma condenação contra mim. Diferente de você. Não queira enganar as pessoas”, disse Nunes.

“O Ricardo Nunes mente e nem fica vermelho. É uma coisa impressionante. Você vive na cidade real. Tem coisa que do que ele está falando que nem precisa desmentir. Sobre Janones, já expliquei mais de uma vez. Rachadinha para mim é crime. Independente se é do Janones, do Flávio Bolsonaro, que é seu amigo. De quem quer que seja. Que a Justiça julgue e que se for culpado que pague”, rebateu Boulos.

O debate da Globo é o 11º e último encontro entre os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo antes do primeiro turno, que ocorre no domingo (6/10). Participam Guilherme Boulos (PSol), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB).

Segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (3/10), Boulos (26%), Marçal (24%) e Nunes (24%) estão tecnicamente empatados na liderança. Tabata aparece em quarto, com 11%, seguida por Datena, com 4%, e Marina Helena (Novo), com 2%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.



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