O deputado federal e candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol-SP), disse concordar que há “indícios fortes de fraude na eleição da Venezuela”, que consagrou o presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela) como vencedor em 28 de julho.
“Se permanecer um presidente que foi eleito em uma eleição que foi sem transparência, ele não é legítimo. Como não seria legitimo aqui no Brasil o Bolsonaro tentar dar um golpe e virar a mesa da eleição, como tentou. Eu defendo democracia onde quer que seja”, disse.
A declaração foi dada nesta terça-feira (20), durante sabatina na CNN Brasil, depois de o candidato ser questionado sobre falas em apoio à reeleição de Maduro, em 2018. À época, Boulos alegou que o país não vivia uma ditadura porque teve seu governo eleito.
Ainda, comparou o presidente venezuelano ao do Brasil, ao afirmar que Michel Temer (MDB) não recebeu votos para liderar o país, já que assumiu o poder após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
“Não vamos misturar alhos com bugalhos, senão a gente confunde quem está assistindo. A opinião que tive foi em uma eleição anterior, tanto é que o Temer era o presidente do Brasil. E o Maduro naquela eleição foi reconhecido como presidente eleito, inclusive, pelo presidente dos Estados Unidos e do Brasil.”
Boulos, então, foi perguntado sobre a nota do PT que reconheceu a vitória de Maduro nas eleições da Venezuela neste ano. Ele respondeu que “não seria razoável comentar uma nota de um partido” que não é o dele, e lembrou que a nota emitida pelo Psol cobrou transparência e apoiou a posição do governo brasileiro.
Eis a íntegra do Psol sobre a Venezuela
“O Partido Socialismo e Liberdade manifesta apoio à posição divulgada nesta quinta-feira, 1º de agosto, pelos governos do Brasil, Colômbia e México. Diante das incertezas que rondam o processo eleitoral venezuelano, é justa a cobrança por mais transparência endereçada às instituições eleitorais daquele país.”
“O bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos e seus aliados à Venezuela teve como principal vítima o povo pobre, privado do acesso a bens e serviços fundamentais. Por isso, a política de embargos econômicos e a ingerência estrangeira devem sempre ser condenadas.”
“A proposta de assegurar um acompanhamento internacional independente é justa. Qualquer medida que possa contribuir para legitimar uma saída que respeite a vontade e a soberania popular e a institucionalidade do país barrando as ameaças golpistas – sempre sustentadas pela direita venezuelana – contará com nosso apoio.”
“A América Latina quer e precisa de paz, justiça social, democracia e um projeto de integração soberana e independente. E isso só pode acontecer com a superação do impasse na Venezuela. O PSOL seguirá trabalhando nessa direção.”
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