O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu filho, são sócios em uma empresa de grafeno. O registro da Bravo Grafeno foi feito em 11 de junho, a empresa tem capital social de R$ 100 mil e sede em Brasília (DF). Há outros 3 sócios na empreitada: Fernando Nascimento Pessoa, Maichel Chisté e Pedro Luiz Dias Leite.
O grafeno é produzido a partir da grafite. O material, leve e flexível, é altamente resistente e mais forte do que o aço. A expectativa é que o material seja cada vez mais usado, por exemplo, nas indústrias automotiva, aeronáutica e bélica.
Ainda não se sabe muitos detalhes sobre a nova empreitada do ex-presidente e seu filho. A Bravo Grafeno está registrada como tendo o comércio a varejo de peças e acessórios novos para motocicletas e motonetas como sua atividade principal.
E como atividades secundárias:
comércio varejista de produtos não especificados;
fabricação de equipamentos e acessórios para segurança pessoal e profissional;
fabricação de produtos de metal não especificados;
pesquisa e desenvolvimento experimental em ciências físicas e naturais.
Segundo reportagem da Veja publicada nesta 6ª feira (2.ago.2024), a empresa tem uma parceria encaminhada com a UCS Graphene, companhia ligada à Universidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
A UCS Graphene se apresenta como sendo “a 1ª e maior planta de produção de grafeno em escala industrial da América Latina instalada por uma universidade”. Está em operação desde março de 2020, reúne “a expertise da Universidade de Caxias do Sul conquistada em 15 anos de pesquisa avançada em nanomateriais, gerando grafeno de alta qualidade para a prestação de serviços tecnológicos inovadores a setores portadores de futuro”.
A empresa gaúcha diz ter capacidade para produzir 5.000 kg/ano do material.
De acordo com a Veja, a parceria começou a ser construída antes da Bravo Grafeno sair do papel. Em abril, Flávio visitou a Universidade de Caxias do Sul e foi convidado pelo reitor, Gelson Rech, para participar de um evento no fim de 2024 que vai discutir as propriedades e aplicações do grafeno.
O senador, além de ter aceitado o convite, teria dito ser “o maior entusiasta” do assunto e que fazia “questão de ser um padrinho dessa pauta”.
Rech confirmou a parceria: “Temos um acordo em andamento, um contrato privado, que não podemos divulgar, não só por segredo industrial, mas por respeito às regras dos negócios”.
À Veja, ele explicou como costumam funcionar as parcerias firmadas com a UCS Graphene. “Não produzimos equipamentos, mas fazemos o grafeno e desenvolvemos a pesquisa de aplicação. Se a empresa quiser usar o material numa peça automotiva, por exemplo, fazemos a análise da composição adequada, do índice e da quantidade de material necessário”, disse.
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