Integrantes do Itamaraty avaliam que o presidente Lula se excedeu ao comentar, na terça-feira (30), a eleição presidencial na Venezuela, fortemente questionada pela oposição local e por observadores internacionais.
Em entrevista à “TV Centro América”, afiliada da TV Globo em Mato Grosso, Lula cobrou a apresentação das atas das zonas eleitorais, mas disse não ver nada de “grave”, “anormal” ou assustador” no pleito venezuelano.
“O PT reconheceu, a nota do partido dos trabalhadores reconhece, elogia o povo venezuelano pelas eleições pacíficas que houveram. E ao mesmo tempo ele reconhece que o colégio eleitoral, o tribunal eleitoral já reconheceu o Maduro como vitorioso, mas a oposição ainda não. Então, tem um processo. Não tem nada de grave, não tem nada de assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição, teve uma pessoa que disse que teve 51%, teve uma pessoa que disse que teve 40 e pouco por cento. Um concorda, o outro não. Entra na Justiça, e a Justiça faz”, afirmou Lula na entrevista.
Na avaliação de diplomatas brasileiros de alto escalão, Lula deveria ter se restringido a pedir a apresentação das atas, seguindo a posição oficial adotada pelo Itamaraty até o momento.
“O presidente insistiu nas atas. Podia ter parado por ai”, avaliou, sob reserva, um integrante da cúpula do Ministério de Relações Exteriores.
A fala de Lula também foi criticada por alguns auxiliares dele no Palácio do Planalto. O temor é de que declarações complacentes com o regime ditatorial de Nicolás Maudro prejudiquem a imagem do presidente e do governo.
Deixe sua opinião!
Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.
Sem comentários
Seja o primeiro a comentar nesta matéria!
Carregando...