Brasil tem “obsessão pelo negativo” ao cobrar Judiciário, diz Barroso

Ministro declara que, mesmo prestando serviços relevantes à população, a Corte ainda é alvo de um “ressentimento” do país
Por: Brado Jornal 26.jul.2024 às 19h37 - Atualizado: 26.jul.2024 às 19h52
Brasil tem “obsessão pelo negativo” ao cobrar Judiciário, diz Barroso
Foto: Paulo Pinto/Agencia Brasil

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Roberto Barroso, disse na 4ª feira (24.jul.2024) que o Brasil tem “obsessão pelo negativo” ao cobrar respostas do Judiciário. Deu a declaração ao receber a Ordem do Mérito Judiciário do TRE-AC (Tribunal Regional Eleitoral do Acre).

Segundo Barroso, o Poder vive “momentos de grande incompreensão” e “frequentemente é vítima de ataques injustos ou ataques de pessoas que não compreendem bem o seu papel ou, então, de uma certa maximização das falhas”.

“Há uma obsessão pelo negativo, pela criação de factóides de um Judiciário que, por ser independente e corajoso na defesa de muitos interesses importantes da sociedade e da democracia, se tornou alvo de todo tipo de ressentimento e da obsessão pelo negativo que infelizmente ainda domina o país”, declarou o ministro.

O presidente do Supremo declarou que “não há dia” em que não precise responder sobre gastos com segurança e que “a injustiça vai a ponto” de questionar viagens durante o recesso.

As declarações se referem a recentes episódios envolvendo ministros. A Corte defendeu que gastos com segurança para os integrantes se fez necessário “nos últimos anos” por causa da “agressividade” e “hostilidade” contra os magistrados.

Um dos casos se deu quando o STF pagou R$ 39.000 para que um segurança acompanhasse Dias Toffoli em diárias internacionais no Reino Unido, incluindo a ida à final da Champions League, em Londres (Inglaterra), a convite de um empresário.

Barroso disse ainda que o Judiciário tem “prestado serviços importantes ao país”, mas que, mesmo assim, é questionado sobre temas como as despesas com a segurança de magistrados ou viagens de férias. 

“Mas nós não nos abalamos porque nós servimos a causa materializada na Constituição e na legislação. Nós cumprimos a missão das nossas vidas e, por tanto, nem elogio e nem crítica nos desviam do caminho que escolhemos para”, disse.



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