A Polícia Federal encaminhou ao Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira (25), um laudo de perícia anexado ao inquérito que investiga se o deputado federal André Janones (Avante-MG) praticou o crime de rachadinha (repasse de salários de funcionários) em seu gabinete, na Câmara dos Deputados.
O Supremo pediu para que a PF analisasse um áudio de fevereiro de 2019 em que o deputado supostamente pedia doações de funcionários para quitar os gastos da campanha para prefeito de Ituiutaba (MG), em 2016. Os peritos federais Alessander Florindo da Silva e Ronaldo Rodrigues da Silva confirmaram ser de Janones a voz na gravação.
Os profissionais compararam o áudio da reunião com outros vídeos publicados por Janones em suas redes sociais. Analisaram padrões fonéticos, traços linguísticos, gírias, dentre outras características, por meio de testes perceptivos e acústicos. A descrição consta em um documento de 34 páginas.
“Os peritos concluem que o resultado obtido (evidência) é muito mais plausível na hipótese de o locutor do material padrão ser a fonte das falas questionadas do que na hipótese de essa fonte ser outro locutor da população de referência”, afirmaram.
A gravação teria sido vazada pelo ex-assessor do deputado Cefas Luiz e feita em fevereiro de 2019, quando ele foi eleito pela 1ª vez ao Legislativo. No áudio, Janones diz que conversará em particular com os interlocutores para negociar a rachadinha e auxiliar no custeio de suas contas pessoais.
“Eu não me corromper significa não ceder à corrupção. Por exemplo, tem algumas pessoas aqui que eu vou conversar em particular depois que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito”, disse o deputado em trecho do áudio.
A PF comunicou ao ministro Luiz Fux, relator do processo contra o deputado, os próximos passos da investigação. Serão realizas oitivas e o relatório final será levado à apreciação do STF e da PGR (Procuradoria-Geral da República).
O QUE DIZ O DEPUTADO
Anteriormente, Janones já havia dito que o áudio foi espalhado “pela extrema-direita” e negou ter participado de um esquema de rachadinha.
“Usaram uma gravação clandestina e criminosa, um áudio retirado de contexto e para tentar me imputar um crime que eu jamais cometi”, disse.
O congressista solicitou que o “conteúdo criminosamente gravado” fosse divulgado na íntegra. Disse que o material teve uma edição “manipulada” e que é a 2ª vez que é imputado a crimes. “Não são verdade, e sim escândalos fabricados”, disse.
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