Não estou “com pressa” para votar PL do aborto, diz autor

Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) disse que a votação da matéria em Plenário terá "o ano todo" para acontecer
Por: Brado Jornal 18.jun.2024 às 08h19
Não estou “com pressa” para votar PL do aborto, diz autor
Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), um dos autores do projeto que pretende punir com a mesma pena de homicídio quem interromper uma gestação com mais de 22 semanas, declarou que não tem pressa para colocar a proposta em votação na Câmara dos Deputados.

A informação foi dada por Sóstenes ao jornal O Globo. De acordo com o parlamentar, a votação da matéria em Plenário terá “o ano todo” para acontecer. Segundo o deputado, o projeto é uma promessa feita pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), quando se candidatou à reeleição em 2023.

"Não estou com pressa nenhuma. Votei a urgência e agora temos o ano todo para votar isso. O Lira tem compromisso conosco e ele pode cumprir até o último dia do mandato dele", disse.

O apoio do partido de Sóstenes, mesmo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é visto como estratégico, já que se trata da maior bancada da Casa, com 95 deputados. A escolha do novo líder da Câmara está marcada para fevereiro de 2025.

Autor do projeto, Sóstenes lê a postura do governo – que demorou para se pronunciar sobre o caso – e a falta de resistência para conferir celeridade ao processo como um cenário onde está “tudo dominado”.

"O governo está dando corda para as feministas nesse assunto, elas estão desesperadas. Eu estou muito calmo, deixa elas sapatearem. Eu já ganhei, votamos a urgência, sem nominal, ninguém chiou, tudo caladinho, tudo dominado, dominamos 513 parlamentares. Eu sei jogar parado, eu jogo parado", afirmou.

Apenas três dias após a aprovação do regime de urgência na Câmara, que aconteceu na última quarta-feira (12), é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou contra o projeto de lei, que classificou como uma “insanidade”.

"Eu, Luiz Inácio, sou contra o aborto. Mas, como o aborto é uma realidade, precisamos tratar como uma questão de saúde pública. Eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher em uma pena maior do que o criminoso que fez o estupro", declarou o petista no último sábado (15).



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