O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), relator da “taxação das blusinhas”, negou nesta quarta-feira (5) que a decisão de retirar o imposto sob produtos importados do PL do Mover tenha a ver com uma possível candidatura à Prefeitura de Maceió (AL) nas eleições municipais. Disse que a suposta motivação é apenas “especulação”.
“Todos sabiam que o PL do Mover já seria um assunto que eu iria relatar. Sobre a taxação das blusinhas, sempre fui contra o aumento de impostos no país. Não é taxando mais o empresário que se resolve o problema. Qualquer motivo fora disso é especulação, não é assim que eu ajo. Decisões políticas como essa [de assumir a vice-prefeitura em Maceió] ainda têm muito tempo de serem tomadas e serão feitas no momento certo”, declarou o relator em entrevista à GloboNews.
Na terça-feira (4), Cunha retirou o ponto que tratava da taxação federal de compras internacionais de até US$ 50 do PL que institui o programa Mover. O senador disse que optou por retirar o dispositivo do texto por considerá-lo um “corpo estranho” dentro do projeto.
A decisão de Cunha surpreendeu os congressistas, já que a inclusão da taxação no PL já havia sido costurada em um acordo entre a Câmara dos Deputados e o Planalto. A votação do projeto no Senado Federal acabou remarcada para esta 4ª feira.
O movimento do relator, no entanto, pode estar relacionado com motivações eleitorais. Ele é um dos principais nomes cogitados para compor a chapa do atual prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC. Vetar a taxação impopular de compras internacionais em sites como Shein e AliExpress seria, assim, uma forma de angariar o apoio político dos eleitores.
Integrantes da gestão de Maceió afirmaram que Rodrigo Cunha é, naturalmente, um dos principais cotados para ser o vice-prefeito de JHC, dada a “proeminência” e a “qualidade da relação” do senador com o prefeito.
Cunha, no entanto, faz parte do mesmo núcleo político que Arthur Lira (PP-AL), que quer colocar a prima Jó Pereira no cargo. O nome indicado para a vice-prefeitura de JHC tem potencial para criar desavenças dentro da aliança, na mesma medida em que a retirada do trecho das taxações do PL também tem, já que Lira é favorável ao imposto.
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