Lula relativizou o assassinato do brasileiro Michel Nisenbaum, mantido refém pelo Hamas em Gaza em declaração nesta segunda-feira, 3 de junho, cerca de 10 dias após a confirmação da morte dele.
O petista usou a palavra “falecimento” para descrever o assassinato.
“Foi com grande pesar que recebemos a notícia do falecimento do brasileiro Michel Nisenbaum”, disse Lula em coletiva de imprensa durante visita à Croácia.
“A violação cotidiana do direito humanitário é chocante e tem vitimado milhares de civis e inocentes, sobretudo mulheres e crianças”, acrescentou, comparando os assassinatos de reféns pelo Hamas às mortes acidentais de civis durante operações militares israelenses em Gaza.
Lula também defendeu o reconhecimento do Estado Palestina por Espanha, Noruega e Irlanda, concluído em maio.
O Brasil mantém relações diplomáticas com os palestinos desde 2010, iniciadas no segundo mandato do petista.
“É fundamental para que a comunidade internacional trabalhe para a solução de dois Estados vivendo lado a lado em segurança. O recente reconhecimento do Estado Palestino por Espanha, Noruega e Irlanda é um importante passo nessa direção”, afirmou Lula.
Morte de refém brasileiro
O Exército de Israel confirmou no final de maio que o brasileiro Michel Nisenbaum, mantido refém pelo Hamas em Gaza, foi encontrado morto no dia 23 daquele mês.
Além dele, outros dois reféns, Hanan Yablonka e Orion Hernandez, foram também encontrados mortos na ocasião.
A operação para a recuperação dos corpos foi realizada em Jabalya, em conjunto com os serviços de inteligência israelenses.
Segundo o Exército israelense, Michel Nisenbaum, Hanan Yablonka e Orion Hernandez foram sequestrados e assassinados durante o Massacre de 7 de outubro, sendo levados para Gaza por terroristas do Hamas. Seus corpos foram resgatados durante a noite e trazidos de volta para Israel.
A família de Michel Nisenbaum havia publicado uma carta aberta expressando sua dor e a falta de ações concretas do governo brasileiro em prol da libertação dos reféns. O presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (FISESP), Marcos Knobel, escreveu:
“Caro Michel, faz aproximadamente 220 dias que você foi brutalmente retirado de sua família pelo grupo terrorista Hamas, em um dos episódios mais tristes da história recente. Sabemos que seu carro foi interceptado quando você estava indo buscar sua neta de quatro anos, que acabou não recebendo o abraço do avô naquele dia – e até hoje ela ainda espera por isso.”
A carta descreve a angústia constante da família e critica a falta de ações do governo brasileiro, que inicialmente prometeu não deixar nenhum brasileiro refém para trás, mas não deu seguimento às promessas. A família também menciona o aumento do antissemitismo global e a necessidade urgente de negociações para a libertação dos reféns.
Felipe Moura Brasil esteve com a sobrinha de Michel, Ayala, em Israel, neste mês de maio.
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