O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que “nunca” ligou para Paulo Guedes, ex-ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PL), para comunicá-lo previamente sobre as mudanças de guidance (orientação da política monetária) da autoridade monetária.
A declaração foi feita depois do racha no Copom (Comitê de Política Monetária) para definir a taxa básica de juros, a Selic. O presidente do BC disse que não terá atitude diferente com o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e também não irá comunicá-lo sobre as alterações da política monetária.
“É uma prerrogativa do Banco Central, que tem autonomia. Nunca fiz isso no governo anterior e com certeza não planejo fazer neste”, afirmou Campos Neto em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
O guidance de março projetava uma redução de 0,50 p.p (ponto percentual) da Selic. Contudo, a orientação não foi seguida. Em 8 de maio, o BC decidiu reduzir a Selic em 0,25 p.p. (ponto percentual).
A taxa básica de juros caiu de 10,75% para 10,50% ao ano. Os integrantes do Copom tomaram a decisão com 5 votos favoráveis à menor redução e 4 votos pelo patamar que vinha sendo seguido, de 0,50 p.p. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, teve o voto de minerva (desempate).
Todos os que votaram para o corte de meio ponto percentual foram indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Banco Central.
Segundo Campos Neto, o colegiado discutiu os impactos que a divisão dos votos traria ao mercado financeiro, mas, ao fim, a conclusão foi de que cada integrante deveria ter seu voto individual sobre o corte dos juros –o que resultou no racha.
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