O ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho, recebeu representantes de seis empresas atendidas por seu escritório de advocacia entre outubro de 2023 e março de 2024, embora esteja afastado da banca jurídica do VMCA Advogados desde que assumiu a CGU em janeiro de 2023, registrou O Estado de S. Paulo.
Segundo registros feitos na agenda pública da pasta, representantes das empresas Facebook, Gol Linhas Aéreas, Mercado Livre, Rumo Logística, Vale e Novonor, ex-Odebrecht, participaram de “visitas institucionais” ao gabinete do ministro de Lula em Brasília.
O jornal já havia revelado encontros entre Vinícius Marques de Carvalho e representantes da Novonor para discutir a renegociação do acordo de leniência firmado pela empreiteira no âmbito da Lava Jato.
Comissão de Ética Pública
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República chegou a apurar o encontro realizado por Vinícius Marques de Carvalho com representantes da antiga Odebrecht, mas o processo foi arquivado.
De acordo com a comissão, que ainda não aplicou nenhuma punição a autoridades do governo Lula, não há evidências de conflito de interesse nas reuniões realizadas entre o ministro da CGU e a Novonor.
CGU nega conflito de interesses
A Controladoria-Geral da União negou que haja conflito de interesses nos encontros realizados por Vinícius Marques de Carvalho e representantes dos clientes de seu escritório.
Em nota, a CGU alegou que a “agenda do ministro Vinícius Marques de Carvalho registra 135 visitas institucionais de janeiro de 2023 até o momento, incluindo interações com empresas, organizações da sociedade civil, representantes de órgãos públicos federais, estaduais e municipais, membros de outros poderes, entre outros.”
“Não há qualquer conflito de interesse em visitas institucionais ou em outros compromissos do ministro. Todas as reuniões são devidamente lançadas no Sistema e-Agendas, de acesso público”, acrescentou.
“Vale ressaltar, mais uma vez, que o ministro se encontra estritamente distanciado de qualquer atividade advocatícia desde janeiro de 2023. Respeitando o compromisso assumido perante a Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP), o escritório do qual está licenciado nunca atuou e continuará sem atuar perante a CGU e Carvalho não participa de quaisquer decisões ou procedimentos internos que possam implicar conflitos de interesse. O referido escritório nunca participou de qualquer agenda na CGU”, completou.
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