Após o presidente Lula (PT) pedir explicitamente votos a Guilherme Boulos (PSOL) na última quarta-feira (1º), adversários do deputado na campanha à prefeitura de São Paulo, como Ricardo Nunes (MDB) e Kim Kataguiri (União), acionaram a Justiça e apontaram delito eleitoral na atitude. Entretanto, a também pré-candidata Tabata Amaral (PSB) ficou em silêncio sobre o episódio. De acordo com aliados, a decisão de não ingressar com medida judicial busca evitar possíveis desgastes com Lula, de quem Tabata é aliada.
A avaliação da deputada, segundo apurou o GLOBO, é que não vale a pena se indispor com Lula porque ela usa seu bom diálogo com o presidente justamente como um de seus principais ativos. O bom relacionamento seria valioso caso ela seja eleita prefeita da maior cidade do país.
Durante ato em comemoração ao Dia do Trabalho na Neoquímica Arena, em São Paulo, Lula chamou Boulos ao seu lado no palco e pediu que seus eleitores votem no psolista.
"Ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo, cada pessoa que votou no Lula em 89, em 94, em 98, em 2006, em 2010, em 2018, em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo" discursou o presidente.
Os aliados da pré-candidata insistiram para que ela se posicionasse sobre o assunto, e o tema chegou até a ser discutido entre os integrantes de sua equipe de pré-campanha. Mesmo assim, Tabata decidiu não comentar, argumentando que a declaração partiu do presidente, e não de Boulos. Assim, qualquer crítica à fala seria percebida como um ataque ao presidente, e não ao seu concorrente na eleição municipal.
Nas redes sociais, diversos seguidores cobraram um posicionamento da deputada em relação ao episódio. “Absolutamente nenhuma palavra sobre a mulher agredida no evento do Lula ontem? Não?”, escreveu um usuário do Instagram. “Tu não vai falar nada da campanha antecipada do Boulos ?!?!?!”, comentou outro seguidor.
À CNN, a pré-candidata do PSB chegou a dizer que o pedido de voto seria analisado pela sua equipe jurídica, mas, segundo apurou O GLOBO, a possibilidade de entrar com uma ação judicial já foi descartada.
Reações
A fala de Lula gerou reações entre os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo. O MDB, partido a que é filiado o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, entrou com uma ação na Justiça Eleitoral contra o presidente e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) também por propaganda eleitoral antecipada.
Os também pré-candidatos Kim Kataguiri (União), Marina Helena (Novo) e o diretório municipal do PSDB, manifestaram-se a favor de processar o presidente pela propaganda irregular.
Na última quinta (2), a Justiça Eleitoral de São Paulo determinou que o presidente deveria excluir de seu canal no YouTube o vídeo do ato de 1º de Maio. A decisão foi cumprida no mesmo dia. O pedido de remoção atendeu a uma representação feita pelo Partido Novo.
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