CGU indica irregularidades em obra da Codevasf financiada por emenda parlamentar de Juscelino Filho

Relatório aponta que a pavimentação de 80% de uma estrada financiada por emenda parlamentar de Juscelino Filho beneficiaria apenas o atual ministro das Comunicações e seus familiares
Por: Brado Jornal 29.abr.2024 às 14h33 - Atualizado: 29.abr.2024 às 14h34
 CGU indica irregularidades em obra da Codevasf financiada por emenda parlamentar de Juscelino Filho
Agência Brasil

Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que a pavimentação de 80% de uma estrada financiada com emenda parlamentar de Juscelino Filho (União Brasil-MA), quando exercia o mandato de deputado federal, beneficiaria apenas o atual ministro das Comunicações do governo Lula (PT) e seus familiares, registrou a Folha de S.Paulo.

A manifestação da CGU data do início de março e reforça a suspeita apurada pela Polícia Federal na operação Odoacro.

A PF investiga o ministro Juscelino Filho por suspeita de integrar uma organização criminosa responsável por desvios de dinheiro em obras da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) na cidade de Vitorino Freire (MA), administrada por sua irmã, Luanna Rezende.

No documento, a CGU também afirma que o trecho entre as propriedades da família do ministro beneficiado com a pavimentação já havia sido favorecido por uma obra de 2,5 milhões de reais em 2017.

A obra da Codevasf não beneficiou os povoados rurais?

Segundo o órgão, a pavimentação paga com emendas de Juscelino Filho foi oficialmente justificada pela necessidade de “escoamento e acesso a serviços públicos”.

Para que isso ocorresse, era imprescindível que as localidades beneficiadas tivessem ligação com a rodovia mais próxima. Contudo, o maior trecho pavimentado pela Codevasf era próximo a propriedades do ministro e não dos povoados rurais da região.

“De um total de 23,1 km, envolvendo R$ 7,5 milhões, 18,6 km, 80%, beneficiariam as propriedades do parlamentar e, ao que parece, de forma individual. Os restantes 4,5 km beneficiariam cinco povoações locais e ainda de forma isolada sem integração com a rodovia estadual, nem com a sede do município”, diz a CGU.

Ainda de acordo com a controladoria, as demais pavimentações não se “mostram suficientes para atender ao objetivo de fornecer melhor escoamento e acesso a serviços públicos pela população das povoações beneficiadas, pois não foi prevista uma conexão para se chegar ao centro do município ou a uma rodovia pavimentada”.



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