O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) brincou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (25) durante discurso em defesa de mais recursos para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O petista participou de evento na sede da Embrapa, em comemoração aos 51 anos da empresa pública. Após o titular da economia discursar, Lula afirmou que o Haddad "falou bonito, mas não de dinheiro".
"Eu notei aqui duas coisas legais. O Haddad veio aqui, falou bonito, mas não falou de dinheiro. Aí eu falei ele tratou com o meu ministro da Agricultura, o Carlos Fávaro: 'O Fávaro é que vai falar de dinheiro'. O Fávaro veio aqui, falou, falou, falou, puxou o saco dos funcionários e também não falou de dinheiro", disse.
Lula acrescentou que a única ministra que falou sobre recursos no evento foi Luciana Santos, que é da pasta de Ciência e Tecnologia. O presidente, no entanto, confundiu o nome do ministério chefiado por Luciana, dizendo equivocadamente que ela é ministra de Minas e Energia, pasta conduzida por Alexandre Silveira.
Lula também classificou como "absurdo" e "irresponsabilidade" faltar R$ 1 milhão ou R$ 2 milhões para pesquisas agropecuárias.
No discurso, o petista afirmou também que estuda reabrir escritório da Embrapa na África, a fim de colaborar para o desenvolvimento agrário do continente.
"A gente tem que incluir a Embrapa nas minhas viagens internacionais para que a gente possa divulgar o centro de excelência que a gente tem nesse país, e que muitas vezes não consegue fazer uma pesquisa porque falta R$ 30 milhão, porque falta 15 milhão, porque faltam 10 milhão. É uma coisa tão absurda a gente imaginar que um centro de conhecimento como a Embrapa deixa de fazer pesquisa porque falta 1 milhão, dois milhão. Eu diria que é irresponsabilidade de todo mundo", afirmou Lula.
Antes de Lula, Haddad discursou no evento. O ministro citou que a Embrapa será importante para ajudar no desenvolvimento do mercado de crédito de carbono. Haddad aproveitou e elogiou a empresa pública, que auxilia no desenvolvimento sustentável.
"A Embrapa é uma empresa que conta com 100% da confiança dos brasileiros, eu acho que é a empresa pública mais apreciada e admirada do Brasil. Não é exagero dizer isso", declarou.
A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, explicou que a empresa mantém mais 1 mil projetos de pesquisa, que custam cerca de R$ 500 milhões ao ano.
"A gente precisa de dois terços disso (de R$ 500 milhões). Hoje a gente tem um terço que vem do Executivo", disse.
"A Embrapa precisa de um modelo sustentável de investimento para custeio da pesquisa", disse.
Silvia disse que governo colocou previsão de investimento para revitalizar de infraestrutura e concursos para contratar funcionários, que há 10 anos não havia concurso.
Favaro disse que o PAC prevê investimento de R$ 1 bilhão na Embrapa nos próximos anos.
"R$ 500 milhões é nada, desculpe a sinceridade, perante tudo aquilo que a Embrapa faz pelo Brasil. Acontece que orçamento público, responsabilidade fiscal, é uma dificuldade de superar. Com apoio do presidente Lula e da iniciativa privada, vamos colocar mais recursos na Embrapa para que ela acelere o desenvolvimento", disse Favaro.
O ministro também defendeu captar mais recursos da iniciativa privada e que a empresa pública receba mais royalties de pesquisas.
"É inconcebível a empresa de pesquisa agropecuária deste tamanho, com 43 unidades, com tantas mentes brilhantes, receber algo em torno de R$ 30 milhões só por ano de royalties", disse Fávaro.
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