O chanceler Mauro Vieira foi questionado nesta segunda-feira (15) sobre o tom mais moderado usado pelo Itamaraty para se referir ao ataque do Irã contra Israel no sábado (13), diferente de quando Israel bombardeou a Embaixada iraniana em Damasco, na Síria, no início de abril.
Mesmo sem ter soltado um novo comunicado, agora, o chefe do Itamaraty minimizou a diferença entre as duas notas. Afirmou que no fim de semana as informações ainda seriam escassas.
“Ela [nota sobre o ataque do Irã contra Israel] foi feita à noite, às 23h, quando todo o movimento começou. E nós manifestamos o temor de que o assunto, o início da operação, pudesse contaminar outros países. Isso foi feito à noite, num momento em que não tínhamos claros a extensão e o alcance das medidas tomadas; e sempre fizemos um apelo para contenção e entendimento entre as partes”, disse Vieira durante uma entrevista a jornalistas ao lado da ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Na realidade, durante o sábado e o domingo, já foram divulgadas mais informações sobre o ataque do Irã, mas o Ministério das Relações Exteriores brasileiro até agora não soltou um documento oficial condenando a ação de Teerã. O comunicado foi atualizado às 10h16 desta segunda-feira (15), e segue sem condenar os envolvidos.
Em nota divulgada sobre o episódio no sábado (13), o Itamaraty afirmou que o governo brasileiro acompanhava o caso com “grave preocupação”. Mas o texto não condenou a ofensiva iraniana. Já no caso do ataque israelense, o Itamaraty optou por usar a expressão “condena“, de forte apelo diplomático, embora não tenha atribuído o episódio a Israel. A ofensiva deixou 8 mortos, dentre eles o líder da Guarda Revolucionária do Irã, general Mohammad Reza Zahedi.
IRÃ X ISRAEL
O ataque iraniano de 13 de abril de 2024 era esperado. O país havia prometido retaliar os israelenses pelo bombardeio que matou 8 pessoas na embaixada do Irã em Damasco (Síria), em 1º de abril, incluindo um general da Guarda Revolucionária. Os países culparam Israel, apesar de o país não ter assumido a responsabilidade.
Segundo as FDI (Forças de Defesa de Israel), cerca de 300 drones e mísseis foram lançados pelo Irã. Israel afirma que caças do país e de aliados, como EUA e Reino Unido, e o sistema de defesa Domo de Ferro interceptaram 99% dos alvos aéreos.
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