O jornalista norte-americano Glenn Greenwald divulgou em janeiro de 2023 um suposto documento sigiloso do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes ordenando o bloqueio de perfis considerados extremistas em redes sociais. Na segunda-feira (8), no X (antigo Twitter), Greenwald relembrou a publicação diante do embate de Elon Musk, dono da rede social, contra o ministro do Supremo durante o final de semana.
Em trechos do documento publicados pelo jornalista, o ministro determina a suspensão de perfis sem avisar aos usuários e pede que a medida seja mantida em “confidencialidade”. Moraes solicita, por exemplo, a suspensão de perfis no Instagram, como o do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e do influenciador Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark.
Moraes dava o prazo de duas horas para o cumprimento das determinações. Caso contrário, a plataforma teria de pagar uma multa diária de R$ 100 mil. “Considerando a natureza confidencial destes documentos, deverão ser tomadas medidas adequadas para manter a confidencialidade”, diz um trecho da decisão.
Greenwald relata as denúncias em uma thread no X. Ele critica o que considera ser uma prática de censura com potencial para se alastrar em outros países.
“O regime de censura no Brasil está crescendo rapidamente, quase diariamente agora. Acabamos de obter uma ordem de censura que é genuinamente chocante, orientando múltiplas plataformas de mídia social a remover ‘imediatamente’ vários políticos e analistas proeminentes”, publicou Greenwald em 13 de janeiro de 2023.
“Um indicativo de quão repressiva é a situação no Brasil: tive que passar horas com advogados até para descobrir se poderia denunciar isso. Confrontei governos de todo o mundo e essa foi a única vez que perguntei: ‘Devo informar sobre isso? Posso criticar esse ministro com segurança?'”, completou.
As publicações receberam comentários de Musk. “Isso é extremamente preocupante”, disse o bilionário em um dos tweets. Em resposta, o jornalista norte-americano indicou um link para um programa disponível na plataforma Rumble em que falava sobre os supostos documentos. Contudo, a mídia concorrente do YouTube desativou seu funcionamento do Brasil em dezembro de 2023 por discordar de exigências da Justiça brasileira. O vídeo não está mais disponível.
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