O general Richard Nunes se disse “perplexo” com a prisão do delegado Rivaldo Barbosa como um dos envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista, Anderson Gomes. O militar era Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro na época do crime e nomeou Barbosa como chefe da Polícia Civil em 8 de março de 2018. A posse foi em 13 de março, 1 dia antes do crime.
“Lógico que essa prisão me deixou perplexo. Como é que pode um negócio assim? É impressionante. É um negócio de deixar de queixo caído. Naquela época, não havia nada que sinalizasse uma coisa dessas, uma coisa estapafúrdia”, declarou o general em entrevista publicada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (25).
Ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa foi preso no domingo (24). Além dele, outros 2 suspeitos de envolvimento no caso foram detidos:
Segundo Nunes, havia, na época dos assassinatos, elementos para acreditar que os responsáveis pela investigação do crime, entre eles Rivaldo, estavam no caminho certo.
“É isso que está estranho para a minha cabeça até o momento. Se realmente houve essa procrastinação de 5 anos, não foi do Rivaldo e do Giniton [Lages]. Porque eles, com 1 ano, prenderam os caras [os executores do crime]”, declarou.
O delegado Giniton Lages é investigado como participante do esquema para matar Marielle. Ele foi afastado das funções e terá de usar tornozeleira eletrônica.
“Ah, mas depois se passaram 5 anos? Mas 5 anos com outra estrutura, com outras pessoas, não foram eles. Então, tem que pesar isso aí um pouquinho”, declarou o general.
Nunes é citado no relatório da Polícia Federal sobre o assassinato de Marielle. Conforme o documento, a indicação de Rivaldo Barbosa foi bancada pelo general, apesar da contraindicação da inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Rio.
Lê-se no documento: “É possível inferir que a trama encabeçada por Rivaldo Barbosa […] teve o condão de ludibriar, inclusive, um general quatro estrelas do Exército Brasileiro”.
“Eu nunca percebi, e eles até acham que me ludibriaram. Eu posso ter sido ludibriado, como a sociedade inteira, né? A sociedade inteira foi ludibriada”, declarou Nunes.
A prisão preventiva dos 3 envolvidos na morte de Marielle foi decretada no domingo (24.mar) pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, relator da ação na Corte.
A decisão de Moraes determinou outras diligências, como:
O ministro Alexandre de Moraes determinou o levantamento do sigilo da decisão, do parecer da PGR (Procuradoria Geral da República) e do relatório final da Polícia Federal, que foram disponibilizados pelo STF.
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