O filho do líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, foi nomeado para um cargo no gabinete do deputado petista João Daniel. Rafael Almeida Stedile vai exercer as funções de secretário parlamentar, com salário mensal de R$ 10,8 mil.
Rafael Stedile é fotógrafo, com formação na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP). Tem vários trabalhos publicados, inclusive relacionados ao MST. Suas fotos de João Pedro Stédile são usadas com frequência para divulgar atividades do movimento.
Em 2023, o MST foi alvo de uma CPI na Câmara dos Deputados. João Pedro Stedile foi convocado para depor e questionado sobre as invasões de terra encabeçadas pelo movimento. “Vocês que querem tanto derrotar o MST, a fórmula é simples: façam reforma agrária que no outro dia desaparece o MST”, disse Stédile.
Aliado de Lula, o líder do MST chegou a acompanhar o presidente em viagem à China em 2023. A presença de Stedile na comitiva oficial irritou parlamentares ligados ao agronegócio.
“O Lula levou no seu avião o Stedile, esse líder do MST, esse invasor de propriedade, esse terrorista”, atacou o deputado Evair Vieira de Melo. “Estamos horrorizados em sabe que Lula é sócio desses bandidos, desses invasores de terra. Isso é uma vergonha, a insistência do presidente em andar com criminosos e os seus comparsas”, disse.
Rafael Almeida Stedile vai trabalhar com o deputado João Daniel, militante do MST. Natural de Santa Catarina, o parlamentar foi eleito pelo estado de Sergipe, onde atua como dirigente do PT.
João Daniel tomou posse para seu segundo mandato como deputado depois de uma disputa judicial com o delegado André David pelos votos da ex-vice-governadora de Sergipe Eliane Aquino, que foi considerada inelegível e disputou a eleição para a Câmara sub júdice.
Em nota, o deputado afirmou que, apesar do parentesco com o líder do MST, Rafael Stédile não é militante do movimento nem está ligado a nenhum partido político.
“Rafael Stedile é formado em publicidade e trabalha como fotógrafo autônomo há mais de dez no mercado corporativo e contribui com movimentos sociais. Apesar de ter uma trajetória de trabalhos ligados a questões políticas, não é filiado a nenhum partido e não é militante do MST. Cumprirá uma tarefa técnica de Comunicação para o gabinete”, diz a nota.
Fonte: Metrópoles
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