Fala de Bolsonaro foi sobre minuta de 2023, diz advogado

Ex-presidente discursou para multidão durante ato na avenida Paulista, em São Paulo, no domingo (25)
Por: Brado Jornal 27.fev.2024 às 11h17 - Atualizado: 27.fev.2024 às 11h17
Fala de Bolsonaro foi sobre minuta de 2023, diz advogado
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Um dos advogados de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Cunha Bueno, disse na segunda-feira (26) que a declaração do ex-presidente durante ato na avenida Paulista sobre a “minuta do golpe” se referia a um texto que ele teria recebido em 2023, ou seja, quando já não estava no governo.

“Declaração do presidente foi em cima da minuta que ele só teve conhecimento em outubro de 2023. Não reforça em nada a investigação, porque foi a primeira minuta que ele viu. Não tinha visto antes”, disse o advogado ao jornal Folha de S. Paulo.

Em discurso no ato de domingo (25), Bolsonaro se defendeu das acusações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. Disse: “Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham santa paciência. Golpe usando a Constituição. Deixo claro que estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não. Apesar de não ser golpe o estado de sítio, não foi convocado ninguém dos conselhos da República e da Defesa para se tramar ou para se botar no papel a proposta do decreto do estado de sítio”.

A Polícia Federal deve incluir a declaração de Bolsonaro no inquérito que investiga a suposta organização de golpe de Estado. Para delegados que apuram o caso, com a fala, o ex-presidente confirmou que tinha conhecimento sobre a existência da “minuta do golpe” encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Em 8 de fevereiro, Bolsonaro foi alvo da operação da PF Tempus Veritatis e teve de entregar seu passaporte. A ação mirou também outros aliados do ex-presidente.

Na quinta-feira (22), o ex-presidente foi à PF para prestar esclarecimentos, mas se manteve em silêncio. Antes, tentou adiar seu depoimento 3 vezes.

Em discurso na manifestação de domingo (25), Bolsonaro reforçou narrativa de perseguição, mas não mencionou o ministro Alexandre Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).



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