Toffoli manda retirar conversa entre advogado e suspeito em caso de Moraes

O ministro atendeu a um pedido do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
Por: Brado Jornal 20.fev.2024 às 12h18
Toffoli manda retirar conversa entre advogado e suspeito em caso de Moraes
Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, mandou retirar do relatório da Polícia Federal nesta terça-feira (20) os trechos da conversa do advogado Ralph Tórtima com o empresário Roberto Mantovani Filho, 71 anos, acusado de hostilizar o filho do ministro Alexandre de Moraes em Roma, na Itália.

Na segunda-feira (19), a Ordem dos Advogados do Brasil acionou o STF e a Procuradoria-Geral da República contra o delegado da PF responsável pelo caso, Hiroshi Araújo Sakaki. A entidade pediu a retirada dos trechos do relatório por violação de sigilo. Toffoli atendeu à petição e determinou que o processo fique em sigilo até que as providências sejam tomadas.

Com a decisão, Toffoli reconhece que Sakaki, delegado da PF que trabalha diretamente com Moraes, errou ao incluir diálogos do advogado com o empresário.

O relatório da PF assinado por Sakaki concluiu que o empresário Roberto Mantovani injuriou o filho de Moraes, Alexandre Barci. No entanto, o delegado não indiciou nenhum dos envolvidos.

Sakaki integra a Diretoria de Inteligência da PF (Polícia Federal) e atua em outras investigações sob a relatoria de Moraes, como o inquérito das fake news.


O CASO

Em 14 de julho de 2023, Moraes, acompanhado de seu filho, retornava de uma palestra no Fórum Internacional de Direito, realizado na Universidade de Siena, quando foi alvo de ofensas proferidas por brasileiros.

Roberto Mantovani Filho estava acompanhado da mulher, Andreia Mantovani, e do genro, Alex Zanatta. Os suspeitos teriam xingado o ministro de “bandido, comunista e comprado”. Roberto teria inclusive agredido fisicamente o filho de Moraes com um golpe no rosto depois que ele interveio na discussão em defesa do pai.

No mesmo dia do ocorrido, Moraes enviou ao diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, uma notícia-crime detalhando com imagens os suspeitos de hostilizá-lo.


Os 3 brasileiros desembarcaram no dia seguinte (15) no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Agentes da PF estiveram no local no momento do desembarque. Os suspeitos prestaram depoimentos à Polícia Federal. Eis o que disseram:

  • Roberto Mantovani Filho, empresário – prestou depoimento em 18 de julho e disse que “afastou” o filho de Moraes com os braços porque sua mulher se sentiu desrespeitada pelo filho do ministro;
  • Andreia Mantovani, mulher de Roberto – prestou depoimento em 18 de julho e disse ter criticado a possibilidade de a família ter tido algum privilégio para acessar a sala VIP;
  • Alexandre Zanatta, genro de Roberto e corretor de imóveis – prestou depoimento em 16 de julho e negou as acusações.


A PF também pediu imagens das câmeras de segurança do aeroporto internacional de Roma. As gravações solicitadas chegaram ao Brasil em 4 de setembro e estão sendo periciadas pela corporação.

Advogado dos suspeitos, Ralph Tórtima, solicitou as imagens à justiça italiana e ao aeroporto. Ele realizou uma perícia independente no vídeo de 10 segundos, gravado por Alex Zanatta –um dos suspeitos de xingar o magistrado–, em que mostraria Moraes xingando ele de “bandido”. A PF falou em falta de integralidade do material.

O caso da hostilização a Moraes segue na fase de inquérito. Em outubro do ano passado, a PGR (Procuradoria Geral da República) se manifestou contrária à inclusão de Moraes como assistente de acusação no caso, que já havia sido aceita por Toffoli.

Para a PGR, o assistente de acusação só pode ser usado quando o investigado se torna réu. O órgão avalia que a decisão de Toffoli viola a competência do Ministério Público, a quem cabe oferecer a denúncia.

A PGR também pediu o fim das restrições às filmagens gravadas no aeroporto de Roma. Toffoli negou à defesa do trio investigado o acesso a uma cópia do vídeo do momento. Na decisão, afirmou ser preciso preservar a “intimidade” dos envolvidos no caso. 


Fonte: Poder360



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