A primeira-dama, Janja Lula da Silva, defendeu nesta segunda-feira (19) a comparação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da ação militar de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler (1889-1945) durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945). Disse que o chefe do Executivo se referiu ao governo de Benjamin Netanyahu e não ao povo judeu. Também afirmou que a mídia “esconde o genocídio” na Faixa de Gaza.
“Orgulho do meu marido que, desde o início desse conflito na Faixa de Gaza, tem defendido a paz e principalmente o direito à vida de mulheres e crianças, que são maioria das vítimas. Tenho certeza que se o presidente Lula tivesse vivenciado o período da Segunda Guerra, ele teria da mesma forma defendido o direito à vida dos judeus. A fala se referiu ao governo genocida e não ao povo judeu. Sejamos honestos nas análises”, disse em seu perfil no X (ex-Twitter).
A publicação da primeira-dama é parte da resposta do governo às críticas feitas a Lula por sua declaração contrária a reação de Israel em Gaza. Coube a Janja fazer uma espécie de explicação sobre o que o presidente quis dizer.
Pela manhã, Lula se reuniu no Palácio da Alvorada com os ministros do Planalto e discutiu a tensão diplomática com Israel. Depois do encontro, a orientação era dizer que só o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, comentaria o tema no governo. Ele deve falar com jornalistas ainda nesta 2ª (19.fev).
Para a ala política da Esplanada, o presidente passou do ponto ao comparar os ataques a Gaza à Alemanha nazista, mas Israel teria exagerado ao declarar Lula “persona non grata”. Um pedido de desculpas do petista, com o cenário atual, seria improvável.
As declarações do presidente Lula que compararam a operação militar de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus realizado por Adolf Hitler na Alemanha nazista foram dadas no domingo (18.fev.2024), durante uma conversa com jornalistas na Etiópia.
Em sua publicação, Janja criticou a falta de exposição das consequências dos ataques na Faixa de Gaza por parte de Israel. “Perguntei certa vez a uma jornalista por que a imprensa não divulga as imagens do massacre em Gaza, ao que ela me respondeu: ‘porque são muito fortes as imagens das crianças mortas’. Se isso não é esconder o genocídio, eu não sei o que é. É preciso que o mundo se indigne com o assassinato de cada uma dessas crianças e que se una, urgentemente, na construção da paz”, afirmou.
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