A mais recente investida da Polícia Federal, batizada de Operação Tempus Veritatis, ganha novos contornos com a revelação da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os desdobramentos desta ação policial, desencadeada nesta quinta-feira (8), têm como base as informações fornecidas por Cid às autoridades, onde implicou nomes proeminentes do governo anterior.
Segundo a CNN Brasil, Filipe Martins, ex-assessor da presidência, e Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, estão entre os militares apontados por Cid à Polícia Federal. As diligências fazem parte de uma nova fase das investigações voltadas ao suposto funcionamento do “gabinete do ódio” durante a gestão de Bolsonaro.
Cid relatou aos investigadores que Bolsonaro teria recebido de Filipe Martins uma versão preliminar de um decreto que contemplava medidas golpistas, incluindo a convocação de novas eleições e até mesmo a prisão de autoridades. Tais alegações, segundo o ex-ajudante de ordens, teriam sido discutidas em uma reunião entre Bolsonaro e os chefes das Forças Armadas, visando uma possível intervenção militar após a derrota nas eleições de 2022.
A operação em curso cumpre quatro mandados de prisão, 33 de busca e apreensão e 48 medidas cautelares. Entre as ações judiciais está a proibição de comunicação entre os investigados, suspensão de funções públicas e impedimento de saída do país. A ordem contra Bolsonaro inclui a apreensão de seu passaporte, restringindo seus movimentos para além das fronteiras nacionais.
Além dos já mencionados, outros aliados do ex-presidente estão sob escrutínio, incluindo nomes como Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres e Valdemar Costa Neto. Ex-assessores próximos de Bolsonaro, como Marcelo Câmara e Filipe Martins, foram detidos no âmbito da operação.
Com diligências em 11 Estados brasileiros e no Distrito Federal, a PF identificou que o grupo investigado se organizou em núcleos para disseminar desinformação sobre supostas fraudes nas eleições de 2022, com o objetivo de legitimar uma intervenção militar. Essa atuação teria sido alimentada por discursos de Bolsonaro desde 2019, culminando na sua inelegibilidade em 2023, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
A Polícia Federal afirma que o grupo teria agido também para “subverter o Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível”. As investigações continuam à medida que mais detalhes emergem desta complexa trama política e judicial.
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