O senador e ex-juiz da operação Lava Jato, Sergio Moro (União Brasil-PR), disse nesta quarta-feira (31) que não se arrepende de ter deixado a magistratura para se dedicar à vida política. O congressista é alvo de ação no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná que o acusa de caixa 2 e abuso de poder econômico na pré-campanha para o Senado Federal.
“Não tenho arrependimento nenhum [de ter deixado a magistratura]. Tenho orgulho do trabalho que fizemos na Lava Jato. Respeito a Justiça Eleitoral e temos muito claro que os atos afirmados nessas ações são improcedentes, não aconteceram”, disse Moro em entrevista à CNN Brasil.
O senador afirmou, ainda, que a ação é movida por integrantes do PT “com sede de vingança” e por “oportunistas” do PL no Paraná.
Moro foi o responsável por condenar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a prisão a 9 anos e 6 meses, em 2017, pelo caso do triplex do Guarujá (SP).
O presidente do TRE-PR, Sigurd Roberto Bengtsson, incluiu o processo referente ao senador na pauta de 8 de fevereiro.
ENTENDA
Moro é alvo de duas ações no TRE-PR: uma movida pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e outra, pela Federação Brasil da Esperança (PT, PC do B e PV), que elegeu Lula. Em junho, o tribunal decidiu unir as ações.
As siglas indicam prática de abuso de poder econômico, caixa 2, uso indevido dos meios de comunicação e irregularidade em contratos. Os partidos pedem a cassação de Moro e sua inelegibilidade por 8 anos.
Além de Moro, os seus suplentes no Senado, Luis Felipe Cunha e Ricardo Augusto Guerra, também são acusados.
Os processos tratam sobre os gastos de Moro ainda durante a pré-campanha, quando era filiado ao Podemos e almejava disputar a Presidência da República.
Se condenado pela Justiça Eleitoral, Moro ainda poderá recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para tentar salvar seu mandato. Caso os recursos se esgotem e a chapa seja cassada, haverá a convocação de novas eleições para a vaga do ex-juiz.
Segundo a ação, as contas da campanha de Moro para o Senado são irregulares por não incluírem os valores gastos em sua pré-campanha à Presidência. Os partidos indicam que o Podemos teria gasto mais de R$ 18 milhões para preparar a candidatura do ex-juiz. Esse valor foi usado para gastos jurídicos, viagens, segurança, consultoria e marketing.
Conforme as regras da Justiça Eleitoral, os gastos para a campanha de senador no Paraná têm um teto de R$ 4,4 milhões, o que, segundo os partidos, é um valor abaixo do que Moro teria gasto ainda antes de iniciar a campanha.
Deixe sua opinião!
Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.
Sem comentários
Seja o primeiro a comentar nesta matéria!
Carregando...