O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, negou que tenha ligado para conselheiros da mineradora Vale para pressionar pela indicação de Guido Mantega, ex-ministro de Dilma Rousseff, à presidência da empresa. Ele também tentou dissipar informações de que o presidente Lula estaria tentando interferir no comando da empresa, que foi privatizada em 1997. Mas não escondeu a vontade de mexer na Vale.
“Eu quero aqui afirmar: eu não tive nenhuma conversa com conselheiro que tivesse citado uma indicação do ministro Mantega para suceder o presidente da Vale. Mas eu tenho críticas conhecidas e contundentes à gestão da Vale”, disse em coletiva nesta sexta-feira, 26. “Desconheço qualquer movimento [do presidente Lula] para indicar Guido Mantega, nem mesmo ao conselho da Vale”.
De acordo com Silveira, entretanto, “a Vale precisa melhorar a interlocução com o governo”. Ele fez críticas ao comando da empresa sem citar o nome do atual presidente, Eduardo Bartolomeo. O mandato de Bartolomeo começou em 2019 e se encerra em maio deste ano.
“A Vale precisa melhorar”
“A Vale precisa melhorar sua gestão, ter uma interlocução mais próxima com o governo. Ela é a segunda maior empresa do país, tem que respeitar os acionistas, mas também respeitar o povo brasileiro e o Ministério de Minas é o responsável pela política de mineração nacional e é a quem está vinculada a ANM (Agência Nacional de Mineração).”
Esta semana, acionistas da Vale passaram a expressar insatisfação com pressões de nomes do governo para indicação de Mantega. Vieram à tona notícias de que Silveira teria ligado para conselheiros sugerindo o nome do ex-ministro da Fazenda de Dilma.
Movimentos recentes do presidente Lula, no entanto, indicam que o presidente Lula desistiu de emplacar o ex-ministro Guido Mantega na presidência da Vale. A decisão de Lula vem acompanhada de uma carta que deve ser divulgada pelo próprio Mantega, ainda nesta sexta, na qual ele dirá publicamente que abre mão da indicação.
Lula havia marcado ontem uma reunião para tratar da Vale com Silveira, e representantes do Banco do Brasil e da Caixa de Previdência dos Funcionários do BB (Previ). Esse encontro aconteceria na próxima terça-feira, 30. Essa reunião foi cancelada.
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