Alvo de uma operação da Polícia Federal que apura suposta espionagem ilegal da Agência Brasileira de Inteligência, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) negou, em 2023, quaisquer irregularidades no programa “FirstMile“. A ferramenta israelense permite monitorar pessoas usando apenas o número de telefone sem qualquer autorização judicial.
“A tal ferramenta foi adquirida lá em 2018, antes do governo Bolsonaro. Lá na aquisição, a ferramenta teve parecer técnico da AGU [Advocacia-Geral da União], que é independente. Quando nós ingressamos na Abin, no meio de 2019, fizemos auditoria em todos os contratos”, disse Ramagem em vídeo publicado em seu perfil do X (ex-Twitter) em 15 de março de 2023.
O congressista chefiou o órgão na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de julho de 2018 a março de 2022, quando deixou o cargo para concorrer às eleições. O software foi adquirido pelo governo federal em 2019, último ano do governo de Michel Temer (MDB).
A 1ª informação sobre o uso do programa desenvolvido pela empresa de espionagem Cognyte foi revelada em março de 2023 pelo jornal O Globo. À época, a Abin confirmou o uso da ferramenta. Disse que “o contrato 567 de 2018, de caráter sigiloso, teve início em 26 de dezembro de 2018 e foi encerrado em 8 de maio de 2021. A solução tecnológica em questão não está mais em uso na Abin desde então”.
O congressista questionou, ainda, a reportagem veiculada na TV Globo na época, que apontou o suposto uso da ferramenta: “Como bater na gestão do governo Bolsonaro se seus representantes que promoveram auditoria, correição, corregedoria, justamente para saber da regularidade das ferramentas e seu uso, buscando transparência, austeridade e eficiência?”.
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