PGR diz que ex-deputado Roberto Jefferson foi relevante para a ‘engrenagem’ do 8 de Janeiro

“Os fatos imputados ao réu Roberto Jefferson podem ser vistos como elo relevante nessa engrenagem que resultou nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023″, afirmou Paulo Gonet.
Por: Brado Jornal 19.jan.2024 às 08h41 - Atualizado: 31.jan.2024 às 19h14
PGR diz que ex-deputado Roberto Jefferson foi relevante para a ‘engrenagem’ do 8 de Janeiro
Valter CampanatoAgência Brasil

O procurador-geral da República, Paulo Gonet Filho, defendeu nesta quinta-feira, 18, que uma ação onde o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) é acusado de crimes previstos na Lei de Segurança Nacional seja julgada no bojo dos processos dos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Gonet, o ex-parlamentar foi um “elo relevante” para a “engrenagem” dos ataques aos prédios dos Três Poderes.


Em 2022, o STF tornou Jefferson réu pelas supostas práticas de calúnia e racismo, além de incitação a crimes previstos na antiga Lei de Segurança Nacional. À época, a Corte determinou a remessa do caso para a Justiça Federal do Distrito Federal. Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), as denúncias vinculam o ex-parlamentar com os inquéritos do 8 de Janeiro.


“Os fatos imputados ao réu Roberto Jefferson podem ser vistos como elo relevante nessa engrenagem que resultou nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023″, afirmou Paulo Gonet.


O procurador-geral também afirmou que Jefferson utilizou a estrutura partidária do PTB, sigla presidida pelo ex-deputado entre 2016 e 2021, para atacar as instituições democráticas.


“Essa perspectiva se fortalece na consideração de que se atribui ao réu, além de haver utilizado parte da estrutura partidária financiada pelo erário para fragilizar as instituições da República, ter formulado publicamente túrbidos ataques verbais contra instituições centrais da República democrática, num esforço que a visão deste momento permite situar como estratégia dirigida a fomentar movimento de rompimento condenável da ordem política”, pontuou o procurador-geral.


O Estadão procurou a defesa do ex-deputado Roberto Jefferson, mas ainda não obteve retorno.


Moraes pediu que ação que julga Jefferson fique no STF por ‘vinculo direto’ com o 8 de Janeiro

No último dia 5, o ministro Moraes, que é o relator das ações referentes ao 8 de Janeiro no STF, protocolou um despacho questionando se a ação que julga Jefferson deve ser apreciada pela Corte Máxima. Segundo o magistrado, não restam dúvidas sobre a “vinculação direta” de Jefferson com “os atos criminosos que resultaram na invasão e depredação” dos prédios dos Três Poderes.


No documento, Moraes pontua que a determinação do Supremo que enviou a ação para a Justiça do DF foi feita antes de outra decisão da Corte. Após o 8 de Janeiro, foi fixada a competência do STF para conduzir os inquéritos sobre supostos crimes de atos terroristas, ameaça, perseguição, associação criminosa armada, golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito cometidos durante os ataques antidemocráticos.


Com a manifestação favorável da PGR, a competência do STF para julgar Jefferson será discutida pelo plenário da Corte. O Supremo está em recesso desde o dia 20 de dezembro e deve retornar às suas atividades no início de fevereiro.


Moraes manteve prisão preventiva de Jefferson, que está detido desde outubro de 2022

No dia 16 de dezembro, Moraes manteve a prisão preventiva de Jefferson. O ex-deputado está detido preventivamente desde outubro de 2022 quando recebeu a Polícia Federal com tiros de fuzil e granadas no Rio nas vésperas do segundo turno das eleições presidenciais. Desde março do ano passado, ele está internado em um hospital privado e a sua defesa alega que a sua saúde está debilitada.


Moraes declarou que as condutas imputadas a Jefferson são “gravíssimas” e que não houve um fato recente que pudesse “macular os requisitos e fundamentos da decisão que decretou a prisão preventiva”. O magistrado também pontuou que a prisão do ex-deputado é necessária para a “garantia da ordem pública” e classificou que ele possui um “comportamento beligerante”.


“Não há que dizer, ainda, que seu comportamento beligerante e avesso ao cumprimento de determinações judiciais cessou, tendo em vista que, atualmente, se encontra internado em estabelecimento hospitalar”, destacou o ministro.


Gabriel de Sousa/Estadão Conteúdo



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Explosões em Brasília: Bolsonaro lamenta ocorrido e diz que autor teria 'perturbações na saúde mental'
Na postagem, intitulada “pela pacificação”, o ex-presidente diz que lamenta e repudia qualquer ato de violência
Tragédia de Mariana: Justiça absolve Samarco e BHP pelas 19 mortes
Foram absolvidas pela Justiça Federal as empresas Samarco, Vale e BHP Billiton, além de 7 pessoas, entre elas diretores, gerentes e técnicos
Lula se encontra com PF e ministros do STF após explosões na Esplanada
Durante a reunião, Lula também conversou por telefone com o presidente do STF, Luis Roberto Barroso
PL repudia explosão em Brasília
Francisco Wanderley Luiz causou uma explosão em frente à Praça dos Três Poderes, em Brasília, e resultou em sua própria morte na última quarta-feira (13)
Primeira-dama na mira: Zambelli questiona legalidade de evento Janjapalooza
A deputada questiona o uso de recursos públicos em agendas de viés político-ideológico
Governo de Brasília diz que homem com explosivos era lobo solitário
Governadora interina trata caso como suicídio; homem teria tentado subir rampa do Supremo antes de morrer por explosão
Carregando..