O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes ligou para o padre Júlio Lancellotti para demonstrar apoio ao pároco e contrariedade à abertura de CPI na Câmara Municipal de São Paulo para investigar a atuação de ONGs na Cracolândia. O religioso seria um dos alvos.
A informação sobre ligação foi dada pelo próprio Lancellotti. Em entrevista à CNN Brasil, o pároco disse que Moraes se comprometeu em conversar com presidente da Câmara Municipal, o vereador Milton Leite (União Brasil).
“Ontem [quinta-feira] à noite, o ministro Alexandre de Moraes me ligou, eu fiquei muito sensibilizado com essa ligação. Ele manifestou solidariedade, apoio, porque eu conheço o ministro Alexandre de Moraes há mais de 30 anos, desde o seu trabalho aqui em São Paulo, na Secretaria da Justiça e na Segurança Pública”, disse o padre.
Antes de ser indicado ao STF em 2017 por Michel Temer (MDB) para ocupar a cadeira no STF de Teori Zavaski, que morreu em 2017, Moraes foi secretário de Segurança Pública de São Paulo e secretário de Justiça do Estado. Também foi ministro da Justiça, no governo do emedebista.
As assinaturas necessárias para a CPI foram colhidas e o pedido foi protocolado em 6 de dezembro do ano passado. No entanto, isso não significa que a comissão será imediatamente instalada depois do recesso. O colegiado precisa ser pautado pelos líderes e aprovado pela maioria em plenário para se concretizar.
Segundo o autor da proposta, o vereador Rubinho Nunes (União), um dos cofundadores do MBL (Movimento Brasil Livre), Lancellotti é um “servo do petismo”. O religioso, que é próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desenvolve há anos um trabalho de cuidado com pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo.
Depois da repercussão negativa, ao menos 5 vereadores que assinaram o pedido de abertura da CPI anunciaram a intenção de retirar o apoio ao requerimento de Rubinho. A Câmara Municipal de São Paulo retoma aos trabalhos em fevereiro. Eis os vereadores:
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