O padre Júlio Lancellotti anunciou em uma entrevista à CNN Brasil, que terá um encontro com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na próxima semana.
O objetivo do encontro é discutir as políticas públicas voltadas para a população em situação de rua, com foco especial na questão dos dependentes químicos. Segundo o pároco, o prefeito se comprometeu em confirmar a data do encontro.
De acordo com informações da CNN Brasil, o prefeito já havia combinado esse encontro com o padre durante uma ligação telefônica. O assunto surgiu quando eles discutiram a possibilidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal para investigar as atividades das ONGs no centro de São Paulo.
A previsão é que o encontro ocorra entre terça-feira, 9, e quarta-feira, 10.
A ligação telefônica entre o padre e o prefeito aconteceu depois que Lancellotti enviou uma mensagem para Nunes informando-o sobre a declaração do vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que mencionou a possibilidade de investigar a atuação do padre durante a CPI.
O prefeito admitiu que ainda não estava ciente de toda a situação, conforme relatou o padre Lancellotti. “Ele teve a gentileza de ligar, e eu expliquei para ele. [Nunes] disse que não sabia, e eu disse para ele que poderia obter as informações através da assessoria de imprensa sobre o que estava sendo divulgado, e que eu gostaria de falar com ele pessoalmente“, afirmou o pároco.
Vereadores retiram apoio à CPI das ONGs em São Paulo
Pelo menos quatro vereadores informaram ao jornal O Estado de S. Paulo que vão retirar suas assinaturas ao pedido de CPI das ONGs elaborado pelo vereador Rubinho Nunes (União). A investigação pretendia apurar, além das ações de Organizações Não Governamentais, o trabalho realizado pelo padre Júlio Lancellotti com os moradores da Cracolândia.
“Assinei uma CPI que em momento algum falava em investigar os trabalhos sérios do padre Júlio Lancelotti. Desvirtuou o objeto. Retiro minha assinatura”, disse ao jornal o vereador Sidney Cruz (Solidariedade).
Já o vereador Xexéu Tripoli (PSDB) classificou como “absolutamente revoltante” a abertura da investigação. “Não defendo a perseguição política a líderes religiosos. Ainda mais nesses tempos de ódio e rancor nas redes sociais. A investigação de casos suspeitos de mau uso de recursos públicos não pode servir de pretexto para perseguição política”, alegou ele em nota oficial.
Em entrevista ao programa Meio-Dia em Brasília desta quinta-feira, 4, o autor do pedido de instalação da CPI das ONGs em São Paulo, o vereador Rubinho Nunes (União), negou que a investigação tenha como foco único a atuação do padre Júlio Lancellotti na região central da capital, em especial na Cracolândia.
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