O padre Júlio Lancellotti deve ser um dos principais alvos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, ainda em processo de instauração na Câmara de São Paulo. O objetivo, segundo o autor da proposta, vereador Rubinho Nunes (União), é investigar a atuação dos grupos que atuam na cracolândia, no centro da capital paulista.
Rubinho acusa as ONGs de promoverem uma "máfia da miséria" que "explora os dependentes químicos do centro da capital". Segundo o parlamentar, essas organizações recebem dinheiro público para distribuir alimentos, kit de higiene e itens para o uso de drogas - prática conhecida como política de redução de danos.
Júlio Lancellotti declarou ao jornal O Estado de S. Paulo que a instalação de CPIs para investigar o uso de recursos públicos pelo terceiro setor é uma ação legítima do Poder Legislativo. Além disso, acrescentou que não faz parte de nenhuma organização conveniada à Prefeitura de São Paulo, mas, sim, da Paróquia São Miguel Arcanjo.
O vereador do União Brasil conta que o pedido de requerimento para a abertura da CPI foi apresentado no fim do ano passado, com 25 assinaturas, mas que hoie a medida iá conta com o apoio de 30 vereadores. O regimento interno da Câmara estabelece o mínimo de 18 assinaturas para a instalação de uma CPI.
Ele ainda esclarece que duas entidades serão prioridade nas investigações conduzidas pela comissão: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, e a Craco
Resiste. As duas atuam junto à população de rua e dependentes químicos no centro de São Paulo, assim como o padre Júlio Lancellotti, que já foi conselheiro do Bompar.
"Os dependentes químicos precisam de programas de tratamento de alta qualidade para ajudar a superar o vício", justifica Rubinho, no pedido de abertura da CPI. "Uma CPI pode avaliar a eficácia dos programas oferecidos pelas ONGs."
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