O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (foto), afirmou que o nome do presidente Lula é “consenso” no PT para 2026.
Em entrevista publicada por O Globo nesta terça-feira, 2, o chefe da equipe econômica do governo negou que almeje a Presidência, mas disse que o partido precisa se preparar para a transição.
“Acredito que existe consenso dentro do PT e da base aliada sobre a candidatura do presidente Lula em 2026. Na minha opinião, é uma coisa que está bem pacificada. Não se discute”, afirmou Haddad ao jornal.
“O Lula foi três vezes presidente. Provavelmente, será uma quarta. Ao mesmo tempo que é um trunfo ter uma figura política dessa estatura por 50 anos à disposição do PT, também é um desafio muito grande pensar o day after. Eu não participo das reuniões internas sobre isso. Mas, excluído 2026, o fato é que a questão vai se colocar. E penso que deveria haver uma certa preocupação com isso”, acrescentou.
Questionado sobre as críticas que recebe dentro do PT, o ministro da Fazenda disse que o partido não pode celebrar os resultados alcançados pela economia e achar que está tudo errado.
“Olha, é curioso ver os cards que estão sendo divulgados pelos meus críticos sobre a economia, agora por ocasião do Natal. O meu nome não aparece. O que aparece é assim: ‘A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!’ E o Haddad é um austericida. Então, ou está tudo errado ou está tudo certo. Tem uma questão que precisa ser resolvida, que não sou eu que preciso resolver”, afirmou.
“Não dá para celebrar Bolsa, juros, câmbio, emprego, risco-país, PIB que passou o Canadá, essas coisas todas, e simultaneamente ter a resolução que fala ‘está tudo errado, tem que mudar tudo’. Alguma coisa precisa ser pensada a respeito, mas não tenho problema com isso”, completou.
Austericídio fiscal
Em 8 de dezembro de 2023, o diretório nacional do PT aprovou um documento condenando o “austericídio”, termo utilizado para se referir ao suicídio econômico por políticas de cortes de gastos. Na resolução, o partido liderado pela deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) afirmou que é preciso se livrar do “austericídio fiscal” e da “ditadura do Banco Central independente” para responder às necessidades do país.
“Não devemos esquecer que o Banco Central não pode continuar sendo o defensor dos interesses do grande capital financeiro. Foi graças à credibilidade de Lula, e apesar do BC de Campos Neto, que a inflação caiu e está sob controle, o emprego aumentou, a renda da população melhorou. Temos ainda reservas internacionais de US$ 350 bilhões, reforçadas no atual governo, que nos protegem de eventuais choques externos. Não faz nenhum sentido, neste cenário, a pressão por arrocho fiscal exercida pelo comando do BC, rentistas e seus porta-vozes na mídia e no mercado. O Brasil precisa se libertar, urgentemente, da ditadura do BC ‘independente’ e do austericídio fiscal, ou não teremos como responder às necessidades do país.”
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