O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou para integrantes do governo e políticos de Alagoas que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social não vai liberar recursos para empresas interessadas na compra da Braskem.
O entendimento do governo é que o investimento com recursos do banco não vale a pena por não criar novos empregos. A mineradora é considerada responsável por danos ambientais e sociais causados no bairro do Mutange, em Maceió, onde uma mina se rompeu em 10 de dezembro. No Senado, uma CPI foi instalada para investigar a atuação da empresa.
A Petrobras, controlada pelo governo, tem cerca de 35% de participação na Braskem. Na reunião de Lula com políticos de Alagoas, o chefe do Executivo descartou o fatiamento da petroquímica, mas afirmou que a Petrobras poderia aumentar sua participação para que a Braskem fosse vendida.
Na quinta-feira (14), a Braskem perdeu seu grau de investimento. A Fitch Ratings, agência internacional de classificação de risco, cortou a nota de crédito em escala global da empresa diante do potencial colapso da mina de sal em Maceió (MG). Todos os ratings da Braskem, suas emissões e suas subsidiárias foram colocadas em observação negativa.
A agência rebaixou os IDRS (sigla em inglês para Ratings de Inadimplência do Emissor) de longo prazo em moedas estrangeira e local da empresa de “BBB-” para “BB+”. Com a queda na escala, há a saída do grau de investimento para o grau de especulação. A expectativa de risco de crédito, antes classificada como adequada, se torna elevada, com alta expectativa de inadimplência.
Na quarta-feira (13), o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública da União e o Ministério Público do Estado de Alagoas solicitaram o bloqueio de R$ 1 bilhão em verbas da empresa.
A empresa já havia sido multada em R$ 72 milhões pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas, no início deste mês, por causa dos danos causados no bairro do Mutange, em Maceió.
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