O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (19) que a primeira-dama, Janja Lula da Silva, é uma “agente política” e que participa das decisões tomadas por ele com palpites e conselhos. Também disse que ela não precisa ter um cargo oficial para participar de compromissos públicos ou de reuniões.
“Estabeleci com a Janja uma política de convivência que pode ser duradoura se soubermos lidar com isso. […] Essa relação é importante porque a Janja me passa confiança, ela me passa certeza. Ela dá palpite nas coisas que eu vou fazer, ela fala, dá conselho. Isso é importante. Ter com quem compartilhar suas angústias diárias”, disse Lula. O casal participa juntos da live semanal “Conversa com o Presidente” e da live da primeira-dama “Papo de Respeito”.
Na transmissão, Lula afirmou que, depois de ter sido eleito, em outubro de 2022, disse para Janja que ela poderia “fazer o que quiser” e que não precisaria ser uma primeira-dama “tradicionalmente como foram as outras”.
“Aquela mulher que acompanha o marido, que faz as coisas certinhas, faz uma política de visitação. Não, ela é uma agente política. Era antes de eu a conhecer, continuou sendo quando eu a conheci. Era agente política quando eu estava na prisão, foi agente política na campanha e tinha que ser agente política. Por isso que eu disse ‘você faça o que quiser, cada um de nós sabe as nossas tarefas, as nossas missões’. Não precisa de cargo para ser importante. Não precisa de cargo para fazer o que quiser fazer”, disse Lula.
Lula disse ainda que Janja tem compreensão do “tipo de governança” que ele faz, mas admitiu que a primeira-dama às vezes o critica e fica aborrecida.
Janja contou que, quando os 2 conversaram antes de Lula assumir o seu terceiro mandato como presidente da República e lhe foi dito que poderia fazer “o que quisesse“, decidiu que continuaria atuando na área de responsabilidade social. “O que eu estudei para isso, o que eu trabalhei minha vida toda com alguns programas de responsabilidade social. Então é sobre isso que eu sei falar e é sobre isso que a gente conversa”, disse.
Formada em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná, Janja trabalhou na Itaipu Binacional por 14 anos e aderiu a um plano de demissão voluntária para continuar morando em Curitiba (PR) na época que Lula ainda estava preso na carceragem da Polícia Federal na cidade. Com um salário de R$ 20.000, Janja decidiu deixar o trabalho porque o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fechou o escritório da empresa na capital paranaense.
Esta é a primeira vez em que Lula e Janja participam juntos das transmissões semanais do presidente. Na conversa, ambos contaram detalhes da relação pessoal e de como é a rotina no Palácio da Alvorada. A primeira-dama afirmou que, mesmo enquanto namorava Lula, “nunca tinha passado pela sua cabeça estar ‘nesse lugar’”. “Hoje estamos construindo uma vida juntos, mas pelo Brasil. É uma vida de muito amor”, disse.
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