TSE mantém ação contra Paulinho da Força por crimes eleitorais

Segundo denúncia, ele recebeu 1,7 milhão de reais como propina em um esquema de compra de apoio político montado pela JBS
Por: Brado Jornal 14.dez.2023 às 16h00
TSE mantém ação contra Paulinho da Força por crimes eleitorais
Foto: Gustavo Lima

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por unanimidade, nesta quinta-feira, 14, manter em curso uma ação penal contra o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) que tramita no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).

Decorrente da operação Lava Jato, a ação se baseia em delações premiadas de ex-executivos da empresa JBS.

Segundo a denúncia do Ministério Público Eleitoral, Paulinho da Força recebeu 1,7 milhão de reais como propina em um esquema de compra de apoio político montado pela empresa dos irmãos Wesley e Joesley Batista. Os recursos foram utilizados em campanhas eleitorais nos anos de 2010 e 2012.

Ao entrar com recurso para trancar a ação, a defesa do deputado alegou falta de provas para embasar a denúncia e questionou a palavra de um colaborador.

“Ainda que seja uma delação premiada, é necessário apresentar provas, as palavras do delator não podem ser consideradas como verdadeiras”, disse o advogado Rubens Catirce Júnior.

Para o relator do caso no TSE, ministro Ramos Tavares, há indícios documentais nos autos que corroboram as colaborações premiadas, como planilhas, contratos financeiros, extratos bancários e de transferências eletrônicas, relatórios e e-mails, “ao contrário do que alega a defesa”.

“Há existência de indícios de materialidade e autoria definitiva que são suficientes para inaugurar a persecução penal. O trancamento dessa ação penal demandaria aprofundada análise dos fatos comprobatórios, procedimento que é incompatível com a via do habeas corpus e do recurso ordinário”, disse o ministro Ramos Tavares.

O parlamentar foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral pelos crimes de falsidade ideológica com fins eleitorais, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Em 30 de novembro, Paulinho da Força foi empossado pela Câmara dos Deputados para seu quinto mandato. Ele assumiu a vaga de Marcelo Lima (SP), que teve o mandato cassado pelo TSE por infidelidade partidária.

Em 20 de novembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu Paulinho da acusação de envolvimento em um esquema de desvio de valores em contratos de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Os ministros acataram os argumentos apresentados pela defesa de Paulinho contra a condenação proferida pela Primeira Turma do tribunal em 2020. O político havia sido sentenciado a dez anos e dois meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.



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