O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), comentou nesta quarta-feira, 6, a crise ambiental e social em Maceió. O político pediu para que o assunto não seja politizado. Foi durante um evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Dubai.
“A responsabilização da sal-gema é clara. Eu digo antiga sal-gema, atual Braskem. É clara. Já fez uma composição de indenização a todos os moradores, indenizou a prefeitura. O que não podemos fazer agora é politizar esse tema. É trazer esse tema para uma disputa política local, para transformá-la em nacional”, disse Lira.
Durante o evento, que ocorreu paralelamente à COP28, empresários se reuniram para discutir estratégias do setor industrial visando uma economia de baixo carbono. Lira criticou ainda o fato-relevante divulgado pelo governo estadual, afirmando que esse tipo de comunicado é destinado a empresas privadas e não ao poder público.
O fato-relevante em questão foi emitido após um alerta da Defesa Civil sobre o risco de colapso das minas. O governo estadual afirmou que o comunicado foi motivado pelas notícias sobre a transferência do controle acionário da Braskem e pelas manifestações de grupos interessados na aquisição da empresa.
No comunicado, o governo ressaltou que a afundamento das minas ao longo de cinco anos gerou uma dívida da Braskem com Alagoas de bilhões de reais. O governo destacou a necessidade de informar aos interessados na aquisição da empresa que o “passivo de Alagoas” ainda não foi resolvido de forma satisfatória.
A nota do governo também afirmou que qualquer proposta de compra da Braskem deve levar em consideração a dívida com Alagoas e apresentar alternativas para solucioná-la antes do fechamento do acordo. Vale ressaltar que os valores devidos à Prefeitura de Maceió não foram incluídos no cálculo da dívida, pois estão sendo negociados separadamente.
O risco de desabamento da mina da Braskem ampliou as disputas entre grupos políticos do estado de Alagoas nos últimos dias. Desde o início da crise, aliados de Lira têm travado embates com o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), ligado ao senador Renan Calheiros (MDB-AL).
As disputas chegaram ao Palácio do Planalto, e integrantes do governo do presidente Lula (PT) buscam nos bastidores amenizar a crise entre os dois grupos alagoanos. Na semana passada, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), mais conhecido como JHC, aliado de Lira, cobrou que o governo federal tivesse mais envolvimento na ofensiva de atendimento aos moradores que precisaram deixar as suas casas.
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