O advogado Frederick Wassef disse à Polícia Federal (PF) que o ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten foi o responsável por pedir que ele recomprasse um relógio Rolex de R$ 347 mil, dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma viagem oficial. O relógio havia sido vendido a uma loja nos Estados Unidos pelo tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens da Presidência.
Integrantes da PF acreditam que Cid foi o principal articulador da recuperação do relógio. Wassef já admitiu publicamente que recebeu orientações de Cid sobre a loja em que o relógio foi recuperado.
Em depoimento à PF, que durou quase duas horas, Wassef afirmou que já tinha uma viagem marcada para os Estados Unidos e que recebeu ligações e mensagens de Wajngarten reiterando o pedido.
De acordo com informações da revista Veja, Wassef atendeu ao pedido de Wajngarten em março deste ano, após o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenar a devolução dos presentes que Bolsonaro ganhou do governo da Arábia Saudita. Estima-se que o valor arrecadado com a venda do relógio seria de US$ 68 mil (R$ 347 mil).
Segundo o depoimento de Wassef à PF, Wajngarten teria se comprometido a ressarcir o valor pago pela recompra do relógio, o que, no entanto, não se concretizou. A PF passou a investigar o ex-secretário após uma operação de busca e apreensão em agosto, que revelou mensagens e ligações entre Wajngarten e Wassef, levando à condição de investigado do ex-secretário. Ele foi intimado a prestar esclarecimentos em 31 de agosto.
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