O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta terça-feira (28) que tem tido que “engolir” os candidatos do presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, para as eleições municipais de 2024. A declaração foi dada durante evento de lançamento do PL60+, movimento para atrair eleitores da terceira idade para a legenda.
“O Valdemar fala que eu mando no partido. Gostaria que fosse verdade, mas a palavra final é dele”, disse Bolsonaro. Ele afirmou também que o PL tem tido “problemas” com as candidaturas, já que “vários nomes” querem disputar a prefeitura para uma mesma cidade.
“Por vezes, eu engulo um candidato do Valdemar e ele engole um candidato meu”, afirmou o ex-chefe do Executivo.
Valdemar foi o responsável por barrar a candidatura do ex-ministro de Bolsonaro, o atual deputado Ricardo Salles (PL-SP), para a Prefeitura de São Paulo. O presidente do partido já sinalizou seu apoio para a campanha de reeleição do atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB).
Salles demonstrou interesse em concorrer à Prefeitura de São Paulo. O ex-ministro do Meio Ambiente se reuniu com o ex-presidente Bolsonaro em setembro, em Brasília, e ouviu incentivos para disputar o cargo em 2024.
No entanto, o PL de São Paulo deve apoiar Nunes. Inicialmente, Bolsonaro aceitou, mas o impasse se deu porque Nunes não pretende usar o nome do ex-presidente na campanha. Há uma avaliação interna que a rejeição a Bolsonaro é maior que os votos que ele atrai.
Valdemar Costa Neto negou a existência de um projeto eleitoral para a candidatura de Salles, apesar do deputado ter se colocado como pré-candidato e ter recebido o apoio de Bolsonaro para a disputa.
Em outubro, o presidente do partido decidiu que irá liberar Salles da sigla para que ele possa concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2024. A saída do deputado teve que ser negociada com Bolsonaro.
Se confirmada a intenção de Salles de disputar a Prefeitura de São Paulo, ganha força a tendência de fragmentação do voto de centro-direita na disputa de 2024.
O ex-ministro de Bolsonaro dividirá o eleitorado mais conservador com Nunes e com o deputado Kim Kataguiri (União Brasil), que também deve se candidatar. A vitória de um candidato já no 1º turno fica mais difícil.
Fonte: Anna Júlia Lopes/Poder360
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