O ex-governador de São Paulo João Doria (sem partido) disse que só o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem condições de pacificar o Brasil. Na opinião do político, o petista tem tempo de mandato, experiência e “cabelos brancos” para tirar o Brasil da polarização.
“Com o mandato que tem para cumprir, ele [Lula] pode ser o agente pacificador do Brasil”, disse Doria em entrevista ao Brazil Journal, publicada na terça-feira (3).
“Seria um exercício de grandeza, de alguém que quer governar para todos os brasileiros e não apenas para os que o elegeram. Ainda há essa oportunidade”, completou, sugerindo que o presidente busque inspiração em Nelson Mandela, que governou a África do Sul durante o apartheid.
Na entrevista, Doria elogiou a atuação do governo Lula na economia, política externa e meio ambiente. E destacou o desempenho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Os elogios vêm na sequência de um pedido de desculpas feito pelo ex-governo de São Paulo, em 22 de setembro, durante entrevista ao podcast Flow News. No programa, ele comentou provocações que fez quando Lula estava preso, em agosto de 2019. Na época, disse que o petista seria tratado “como todos os outros presidiários” caso fosse transferido para o presídio de Tremembé, no interior de São Paulo.
O ex-tucano voltou a citar a declaração na entrevista ao Brazil Journal: “Em vários momentos fui além da linha razoável de manifestação. Já pedi desculpas, inclusive. Em alguns momentos, a minha verbalização foi imprópria, eu ultrapassei a linha do bom senso”.
Doria também comentou sua aliança com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018. Se disse “arrependido” deste “erro compartilhado por outros milhões de brasileiros”.
“O direito ao arrependimento é um gesto de grandeza e de equilíbrio. Sempre que você cometer um erro, peça desculpas, isso eu aprendi com meu pai. Não tenho compromisso com equívocos. Foi um erro também compartilhado por outros milhões de brasileiros”, concluiu.
Sobre sua saída da política, Doria lamentou ter a candidatura à Presidência “cassada” pela cúpula do PSDB em 2022. Ele chegou a vencer as prévias do partido contra o governador gaúcho, Eduardo Leite, mas não concorreu. A sigla optou por não lançar um candidato próprio ao Planalto e apoiar Simone Tebet (MDB), hoje ministra do Planejamento e Orçamento.
O empresário, porém, avaliou que deixar a política foi a decisão certa e disse que não disputará mais cargos eletivos.
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