O procurador-geral da República, Augusto Aras, que está no fim do mandato, disse nesta quinta-feira (21) que os últimos anos à frente do cargo foram de "desafios", "falsas narrativas" e "incompreensões".
Aras discursou na sessão do Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador-geral costuma participar dos julgamentos no papel de representante do Ministério Público.
O mandato de Aras termina no fim deste mês. Ele não deve ser reconduzido ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem cabe indicar o procurador-geral.
Aras comandou a PGR ao longo do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro. O procurador-geral sofreu críticas por não ter levado adiante investigações contra o ex-presidente, como, por exemplo, denúncias sobre a atuação negacionista de Bolsonaro na pandemia de Covid.
No STF, ao defender sua atuação, Aras disse que sua gestão teve 'algumas incompreensões e falsas narrativas, dissonantes com o trabalho realizado".
Ele quis ressaltar que não se pautou por motivação política.
"Nossa missão não é caminhar pela direita ou pela esquerda, mas garantir, dentro da ordem jurídica, que se realize justiça, liberdade, igualdade e dignidade da pessoa humana", disse Aras.
Citando uma frase famoso do histórico primeiro-ministro britânico Winston Churchill, Aras afirmou que entregou, em sua gestão, "nada menos que sangue, suor e lágrimas".
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