A Operação 3FA, deflagrada pela PF na manhã desta quarta-feira (2), mira quatro endereços da deputada Carla Zambelli (PL) em Brasília e São Paulo.
Dentre os alvos, está o gabinete oficial de Zambelli, o nº 885, no anexo 3 da Câmara dos Deputados.
Segundo determinação do STF, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, a PF deve recolher “armas, munições, computadores, tablets, celulares, passaportes e outros dispositivos eletrônicos bem como de quaisquer outros materiais relacionados aos fatos investigados”.
A Operação 3FA, que investiga a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), também resultou na prisão do hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Neto.
Ela foi autorizada por Moraes com base em evidências de pagamentos feitos pelo gabinete de Zambelli ao próprio Delgatti. A PF ainda não divulgou o valor dos repasses.
A deputada pediu ao hacker que tentasse fraudar as urnas e invadir o email de Moraes, segundo depoimento de Delgatti à PF. O pedido teria ocorrido em setembro de 2022, durante encontro na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo.
O hacker não conseguiu cumprir nenhuma das missões. Ele apenas falsificou um mandado de prisão contra Moraes no sistema do CNJ.
Zambelli nega a versão dada por Delgatti, mas ela reconhece que o levou a reuniões em Brasília. Segundo a deputada, o objetivo seria montar uma equipe para fiscalizar as urnas.
O hacker chegou a se encontrar com Jair Bolsonaro no Palácio do Alvorada e com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na sede do partido.
Segundo o blog do Valdo Cruz, do G1, o PL não deverá fazer nenhum esforço para proteger Zambelli em eventual cenário de cassação.
Além do medo de uma eventual delação de Delgatti, o PL considera que Zambelli perdeu crédito ao longo do ano passado, em especial com a perseguição a mão armada a um crítico na véspera do segundo turno das eleições presidenciais.
Zambelli é alvo de inquérito no STF pela perseguição. O julgamento que pode torná-la ré no caso está marcado para o plenário virtual entre 11 e 21 de agosto.
Ela é acusada de porte ilegal de arma de fogo, com pena de dois a quatro anos de prisão, além de constrangimento ilegal mediante arma de fogo, de três meses a um ano.
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