O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral vai ser homenageado no Carnaval de 2024. Ele foi condenado a 425 de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa em processos da Operação Lava Jato.
A homenagem virá da União Cruzmaltina, escola de samba da Série Prata (terceira divisão do Carnaval carioca). A agremiação é ligada a torcedores do Vasco da Gama e, em 2024, vai desfilar na Estrada Intendente Magalhães, no bairro Campinho, local das divisões de acesso à Marquês de Sapucaí.
Ao anunciar o enredo do Carnaval do ano que vem em vídeo postado nas redes sociais na quarta-feira 19, a escola de samba mostrou os “feitos” do ex-governador vascaíno, que comandou o Estado de 2007 a abril de 2014. Entre os destaques citados pela agremiação estão o metrô até a Barra da Tijuca, as UPPs e o Teleférico do Alemão.
O presidente da escola União Cruzmaltina, Rodrigo Brandão, disse que o desfile vai contar a história do ex-governador “desde a infância, passando pelo jornalismo e adentrando em sua vida pública”. “A escolha do enredo foi a partir de um novo olhar da escola, que é trabalhar com temas atuais. A construção do enredo sobre o [ex-]governador para 2024 nasce nesse novo modelo”, explicou o sambista ao G1.
Segundo Brandão, “a intenção é destacar tudo de bom que ele já criou”. “Ele é um homem de mais de 30 anos de vida pública, e é inadmissível ele ser apedrejado do jeito que ele é pela mídia”, declarou ao portal.
Ele afirmou ainda que o enredo vai “partir do princípio de que a Lava Jato era para denegrir a imagem de dois dos principais políticos: Sérgio Cabral e Lula. A escola sairá em defesa do [ex-]governador.”
Agora tema de enredo de Carnaval, Cabral ficou preso por seis anos
Acusado de liderar um esquema de corrupção no governo do Rio de Janeiro, Cabral passou seis anos preso e acabou solto em 2022, por ordem do Supremo Tribunal Federal. O ex-governador foi condenado a 425 anos de prisão em 23 ações penais.
No começo do ano, a Justiça do Rio de Janeiro revogou a última ordem de prisão contra o ex-governador e substituiu a reclusão por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, apreensão do passaporte e comparecimento mensal à Justiça. Cabral foi o último dos condenados na Operação Lava Jato a cumprir pena em regime fechado.
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