O nome do deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA) ganhou força nas últimas semanas para assumir o cargo de ministro do Turismo como substituto da atual chefe da pasta, Daniela Carneiro (União Brasil). A possível alteração visa prestigiar a bancada da Câmara na legenda e ampliar a possibilidade do União ingressar na base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que sofre dificuldades para dar prosseguimento a sua agenda na Casa legislativa. No entanto, Sabino nem sempre foi um aliado nos governos petistas. Durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e em meio ao avanço das investigações da Operação Lava Jato sobre o então ex-presidente Lula, Celso publicou uma crítica em sua página do Facebook à respeito da estratégia do governo em nomear o líder petista para o Ministério da Casa Civil, obtendo, assim, foro privilegiado. “Aconteceu o que era previsto. O ex-presidente Lula acaba de ser empossado como novo ministro da presidente Dilma, ele assume a Casa Civil. Sem ouvir o clamor das ruas, sem observar aquilo que os cidadãos e cidadãs brasileiras pedem. A chefe do Executivo nacional aceitou a manobra do seu partido para garantir o foro privilegiado ao homem que poderia ser preso por crimes como lavagem de dinheiro para não citar outros. Assim caminha a atual conjuntura política brasileira”, opinou Sabino.
Após a revelação do Estadão do post na rede social, Sabino apagou as críticas a Lula em 2016. A partir de agora, caso um internauta tente acessar a publicação, é possível ler que o conteúdo “pode ter sido removido”. Mesmo com a insatisfação pública, a estratégia petista não obteve sucesso, já que dois dias após a nomeação de Lula para a Casa Civil, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, suspendeu a decisão e devolveu o processo contra Lula para a Vara Federal de Curitiba. Já em 2021, Sabino anunciou sua desfiliação do PSDB após conflitos internos com a sigla por ter se alinhado à política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O parlamentar foi um dos responsáveis por articular a ida da sua então legenda à base bolsonarista na Câmara. O parlamentar chegou a viajar com Bolsonaro no avião presidencial para inauguração de obras no Pará No entanto, o ingresso no governo de antigos opositores não seria novidade para o Planalto. Geraldo Alckmin (PSB) já declarou publicamente que o retorno de Lula à presidência seria “voltar à cena do crime”. Na Esplanada, dos 37 ministros que trabalham com Lula, sete deles – Alckmin, Indústria e Comércio; Simone Tebet, Planejamento; José Múcio, Defesa; Marina Silva, Meio Ambiente; Juscelino Filho, Comunicações; Carlos Fávaro, Agricultura e Pecuária; e André de Paula, Pesca – votaram de maneira favorável ao impeachment de Dilma.
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