A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) reconheceu a existência de divergências nos dois relatórios enviados pelo general Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), à Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso (CCAI). Os documentos tratam da versão do militar sobre os protestos do 8 de janeiro.
O jornal O Globo informou nesta quinta-feira, 1º, que a primeira cópia do relatório de informes da Abin, enviada em 20 de janeiro e produzida na gestão de Dias no GSI, omitiu a informação segundo a qual o general recebeu, em seu celular pessoal, 11 alertas sobre os crescentes riscos de tumulto e invasão de prédios públicos.
Esses mesmos alertas constam em outra versão do documento enviada pela Abin à CCAI, em 8 de maio — agora com o GSI já sob o comando de outro general, Marco Antonio Amaro dos Santos.
Novo documento implica o general Dias
Segundo o novo documento da Abin, o que houve foi um “erro material”. A justificativa é que o primeiro relatório — um compilado de mensagens de WhatsApp enviado pela agência a órgãos do governo entre 6 e 8 de janeiro — chegou aos parlamentares sem os alertas a “Gê Dias” porque teriam sido incluídas no relatório apenas as mensagens enviadas a grupos, e não a indivíduos.
A primeira versão do documento foi enviada ao Congresso por requisição da própria CCAI. Já a segunda foi entregue, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, em resposta a um pedido da Procuradoria-Geral da República.
O general negou à Polícia Federal ter recebido os alertas, além de impor sigilo também às imagens do circuito interno de TV da Presidência da República que o mostram sem ação diante dos invasores que depredaram o Palácio do Planalto. E continuou negando ter sido informado do risco de invasão na semana seguinte, mesmo com a divulgação de conteúdo das mensagens enviadas ao seu celular.
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