Moro diz que juiz afastado da Lava Jato insistiu em ‘tese de revanchismo’

Para o ex-ministro, é preciso 'virar a página' e deixar para trás o antigo governo
Por: Brado Jornal 24.mai.2023 às 06h26
Moro diz que juiz afastado da Lava Jato insistiu em ‘tese de revanchismo’
Segundo Moro, Appio 'meteu os pés pelas mãos' | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou, na terça-feira 23, que o juiz afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, insistiu na “tese de revanchismo” e “meteu os pés pelas mãos”. Ele fez a declaração em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews.

Ainda segundo o ex-juiz, que também esteve à frente da Operação Lava Jato, é preciso “virar a página” e deixar para trás o antigo governo.

“O governo Bolsonaro acabou”, declarou Moro. “A Lava Jato está no passado. Esses comportamentos revanchistas, revisionistas, que eram desse juiz que foi afastado [Appio], bem refletem, infelizmente, o espírito do governo, que não consegue virar essa página.”

Juiz afastado fez doações ao PT

Afastado de casos da Lava Jato, Appio aparece na lista de doadores de campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva em duas ocasiões: 2018 e 2022.

Nas eleições gerais de 2018, Appio fez duas doações para a campanha de Lula antes de o petista, que teve a candidatura impugnada pela Justiça Federal, ser substituído por Fernando Haddad — também do PT, na cabeça de chapa.

Durante a campanha eleitoral do ano passado, Appio fez uma única doação para a candidatura de Lula, com valor em alusão ao número do então candidato à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores: R$ 13. 

Juíza Gabriela Hardt reassume Lava Jato no lugar de Appio

Com o afastamento de Appio, a juíza Gabriela Hardt assumiu a condução dos processos da Lava Jato — pelo menos temporariamente.

Appio foi afastado pela Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Isso ocorreu depois de uma investigação interna mostrar que o juiz teria utilizado dados restritos do sistema da Justiça Federal e feito uma ligação para intimidar o filho do desembargador Marcelo Malucelli.

Gabriela já esteve à frente da operação, como uma espécie de juíza substituta, e atuou ao lado dos antecessores da Lava Jato: Sergio Moro (União-PR), ex-juiz e atual senador, e Luiz Antonio Bonat, promovido a desembargador no TRF-4.



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