O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acusa o ministro da Casa Civil, Rui Costa, de ter impedido a participação do movimento na primeira plenária estadual do Plano Plurianual (PPA) do Governo Federal, com o presidente Lula, realizada na manhã desta quinta-feira (11), em Salvador.
De acordo com o Planalto, as plenárias estaduais do Plano Plurianual (PPA) Participativo são os momentos em que a sociedade opina sobre as prioridades para investimentos de recursos e políticas públicas para os próximos quatro anos.
O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), disse que o ministro e ex-governador da Bahia, Rui Costa, teria dito ao cerimonial da Presidência da República que a presença do movimento no evento seria "constrangedora".
Em Salvador, Lula participa da primeira plenária estadual do Plano Plurianual do governo federal
"O MST foi convidado pelo governo federal para participar do evento. Inclusive, estávamos trazendo 200 pessoas para o evento. Ontem à noite, João Paulo Rodrigues, da direção nacional, recebeu uma ligação do cerimonial da presidência informando que o ministro da Casa Civil havia dito que era constrangedor o MST participar da mesa. Como deputado federal, decidi que ser era constrangedor para o MST, eu não poderia participar", disse.
Em nota, a Casa Civil negou que o ministro da Casa Civil, Rui Costa tenha vetado a participação do MST no evento.
O deputado federal, que é do mesmo partido do ministro Rui Costa, disse ainda que o comportamento do ex-governador baiano não seria novidade para o MST.
"Isso não é novo para nós. Ele foi governador da Bahia por oito anos e nos últimos seis não recebeu, em momento algum, os movimentos sociais", disse o petista.
Representante da direção nacional do MST na Bahia, Evanildo Costa confirmou que a direção nacional recebeu o pedido para que o movimento não estivesse na mesa na plenária desta quinta-feira na Arena Fonte Nova.
"Nós estávamos convidados para ajudar a construir esse movimento na PPA de hoje. O MST teria fala no evento. Ontem, o cerimonial do governo federal disse que Rui Costa achava que era importante que tirasse o MST da mesa, que seria constrangedor. Sabemos o papel que cumprimos ao longo dos anos, estivemos ao lado do partido (PT) em diversos momentos, como no impeachment da presidente Dilma, então não entendemos esse pedido do ministro", disse.
Questionado se a decisão teria relação com o momento em que diversas assembleias legislativas do país e a Câmara discutem Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) para apurar invasões do MST, o dirigente diz ver possibilidade.
"Acho que as CPIs podem ter sido um pretexto usado pelo ministro. Sabemos que essas iniciativas não são contra o MST e sim para desgastar o governo Lula, em âmbito nacional, e o governo Jerônimo (Rodrigues) aqui na Bahia. Vale destacar que quando Rui Costa foi criminalizado, acusado, o MST esteve ao lado dele", disse Evanildo.
O dirigente disse ainda que o caso não muda a relação com o governo federal, mas reforçou críticas ao ministro da Casa Civil.
"Seguimos acreditando que é um governo que fará as mudanças necessárias. Estamos juntos na condução. Entendemos que foi uma decisão isolada do ministro Rui Costa. O que ele quer é levar para o governo federal a forma como ele tratava os movimentos sociais aqui na Bahia."
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