O diretor nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, afirmou que o governo Lula está “meio medroso”. A declaração de um dos líderes do movimento foi dada em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta quinta-feira, 11.
Para Stedile, a gestão do petista está tensionada por conta dos atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de janeiro, em Brasília. O militante extremista também afirmou que o governo está lento em suas ações.
“O governo está muito lento, já perdeu muito tempo”, disse Stedile. “Em cem dias, já deveria ter adotado um programa de emergência de combate à fome, com a compra de alimentos. E apenas agora estão anunciando recursos para isso. Um volume maior de alimentos demora cinco, seis meses para ser disponibilizado para quem precisa.”
Ainda conforme o militante, o movimento vai aumentar a pressão, mas não necessariamente com ocupações de terra. “Nós podemos voltar a fazer marchas e grandes acampamentos. As formas de pressão são diversas”, ameaçou. “Certamente o movimento sindical vai voltar a fazer greves.”
CPI do MST
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar o MST na Câmara dos Deputados está em vias de ser instalada. O presidente da Casa, Arthur Lira, leu o requerimento no último dia 26 de abril.
Para Stedile, a Comissão é formada por conta de uma razão ideológica do ex-ministro do Meio Ambiente e atual deputado federal, Ricardo Salles (PL-SP).
“Houve uma motivação ideológica do Ricardo Salles”, disse o diretor do MST. “Ele tem ódio ideológico do MST, desde o tempo em que era secretário do Meio Ambiente aqui em São Paulo.”
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