Senadores voltaram a se articular para conseguir a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na pasta da Educação. A movimentação começou logo após a prisão do ex-ministro da pasta Milton Ribeiro e o pastor Gilmar Santos, nesta quarta-feira, 22, pela Polícia Federal, que investiga a intermediação indevida na liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). “É muito grave”, disse o senador Marcelo Castro (MDB-PI) presidente da Comissão de Educação (CE). “A Polícia Federal deve ter encontrado coisas muito graves para um juiz determinar a prisão de um ex-ministro da Educação. Não é qualquer pessoa.” O parlamentar chamou a atenção para o fato de dois pastores que não são servidores intermediarem e não ocupam cargos públicos conseguirem intermediar recursos públicos. Ribeiro deixou o cargo de ministro em março, após afirmar em áudio que a pasta privilegiava prefeitos indicados pelos pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura. “Isso é um descalabro administrativo inconcebível”, afirmou Castro.
A notícia agitou os parlamentares e deu oportunidade para o senador Randolfe Rodrigues (Rede- AP) voltar a recolher assinaturas para a instalação de uma CPI. Em março, ele chegou a apresentar um requerimento para a abertura do processo. Tinha 27 assinaturas, quantidade mínima exigida pelo regimento interno do Congresso, mas alguns senadores desistiram antes do documento ser protocolado. “O governo fez um mutirão em um final de semana, em uma mobilização pouco vista aqui na história do Congresso. Em um final de semana, retirou três assinaturas”, diz Rodrigues, que anunciou publicamente a necessidade do apoio dos colegas. “Precisamos de apenas mais duas assinaturas. Com os acontecimentos de hoje, me parece que é inevitável, necessário e urgente a instalação dessa comissão parlamentar de inquérito.”
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