A declaração do tradicional aliado do Partido dos Trabalhadores (PT), que contraria discurso único da esquerda sobre o presidente Jair Bolsonaro, aconteceu durante participação no programa da R3Cast, de Sergipe.
“Temos que organizar o povo, para, então, num governo de mudanças, garantir um programa que de fato enfrente a crise”, declarou Stédile. “Porque a crise não é do Bolsonaro, a crise é do capitalismo.”
Durante a entrevista, o líder do MST também deu a entender que o movimento espera exercer papel relevante em um eventual governo do PT, caso Bolsonaro seja derrotado nas eleições de outubro. Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou o mesmo em declarações recentes envolvendo sua pré-candidatura à Presidência.
Crítica ao agronegócio
Na mesma entrevista, o líder do MST ainda disse que ‘o governo namora o agronegócio’ e criticou o modelo de produção atualmente em vigência nas plantações brasileiras.
“Tem o modelo do agronegócio, cantado em verso e prosa como moderno. De fato, ele utiliza alta tecnologia, muito veneno, agrotóxico, semente transgênica, mas só produz commodities para exportação”, disse Stédile.
“E há o terceiro modelo que é o nosso, da agricultura familiar para produzir alimentos para o mercado interno e local. É um modelo que emprega muita gente porque é familiar, então quanto mais pessoas trabalhando na agricultura, melhor, e respeita o equilíbrio com a natureza com a agroecologia. Porque o camponês sabe que se derrubar a árvore vai faltar água. Sem água, se foi a agricultura.”
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