O presidente do DEM, ACM Neto, afirmou em entrevista a Ciro Gomes (PDT) nesta terça-feira (26) que votou no pedetista nas eleições de 2002, quando ele concorreu à Presidência.
"Eu me lembrava, Ciro, das eleições de 2002, que foi quando eu disputei a minha primeira eleição para deputado federal. Me elegi naquele ano para o meu primeiro mandato no Parlamento e o meu voto para presidente da República naquele ano foi para você. Foi para Ciro Gomes", disse o ex-prefeito de Salvador.
"Eu tive a alegria de fazer campanha naquele momento com muita convicção de que era a melhor alternativa para o Brasil", seguiu.
ACM participou da live "Ciro Games", que já recebeu nomes como os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Fabiano Contararato (Rede-ES), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) e o vereador de São Paulo Eduardo Suplicy (PT).
Ciro também teceu elogios a ACM, afirmando que ele é uma das principais lideranças políticas do país. Disse, ainda, que ele se revelou um administrador "extraordinário" quando esteve à frente da prefeitura da capital baiana. "Salvador ficou ainda mais formosa, bela e habitável", afirmou o pedetista durante a live.
Essa foi a primeira conversa pública dos dois após a fusão do DEM com o PSL em uma nova legenda, a União Brasil, ocorrida no início deste mês. A expectativa é que o partido seja oficializado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até fevereiro.
Questionado por Ciro se seu futuro partido descarta apoiar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no pleito de 2022, ACM Neto assentiu. "O União Brasil nasce muito distante de estar nas hostes ou debaixo das saias do governo [Bolsonaro]", afirmou.
"Esse partido nasce com a possibilidade de ter uma candidatura própria à Presidência da República e, caso isso não aconteça, com o desejo de construir um projeto para 2022 que contribua com o fim dessa polarização", disse.
O presidente do DEM também afirmou que o União Brasil tem estabelecido conversas com diversos partidos, como o próprio PDT de Ciro, o MDB e o PSDB.
"Que a gente possa abrir esse debate, sair dos extremos, deixar o radicalismo de lado e olhar para o futuro", disse o ex-prefeito de Salvador.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo no início do mês, ACM afirmou que a nova legenda terá como uma das prioridades atuar para evitar que o segundo turno seja entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro.
"Vamos trabalhar muito para evitar que este cenário se coloque. O nascimento do partido tem esse objetivo, de dar uma mexida, uma sacudida nesse campo", disse na ocasião.
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